Para proteger a floresta, é preciso criar alternativas de geração de renda para quem vive delas. A Fundação Amazonas Sustentável (FAS), por meio do Programa Bolsa Floresta (PBF), tem apostado em atividades sustentáveis que auxiliam nesse processo, com0 o manejo do pirarucu em lagos das calhas dos Rios Jutaí, Juruá e Solimões. Este ano, foi a vez da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Cujubim ingressar na atividade, um importante passo para o desenvolvimento de uma economia aliada à conservação da floresta no Rio Jutaí. A iniciativa é financiada pelo Fundo Amazônia e conta com apoio do Banco Bradesco.
O manejo foi realizado em etapas. A primeira foi uma capacitação de 21 famílias de pescadores participantes da iniciativa, em que foram ministradas orientações para o cumprimento dos requisitos exigidos pela legislação ambiental sobre o pirarucu, e uma avaliação da etapa de proteção e vigilância. Em seguida, foi realizado o processo de contagem dos peixes, que servirá como cota para a pesca do ano de 2015. Foram 29 lagos percorridos em sete dias, nove a mais que em 2013.
"A inclusão de novos lagos é muito importante para a conservação da fauna aquática e do potencial pesqueiro dessa região. Com a atividade manejada, os comunitários protegem os lagos para que nenhum invasor de fora retire os pirarucus contados anteriormente. Com mais lagos contados, são mais localidades conservadas, garantindo a sobrevivência dos peixes e mais renda para os comunitários", explica o coordenador da Regional Juruá-Jutaí da FAS, Marcelo Castro.
A primeira contagem nos lagos da RDS Cujubim foi realizada em 2013, com apoio do Ibama, e registrou cerca de mil peixes. Este ano foi autorizada a pesca de 54 pirarucus, e em uma semana, foram pescados quatro toneladas do peixe manejado.
O combustível para a realização da atividade, apetrechos de pesca, como redes e arpões, foram entregues pelo componente Renda do Bolsa Floresta, com os investimentos definidos de forma participativa em oficinas realizadas pelo Programa. O PBF também apoiou com sal o processo de beneficiamento, elemento fundamental para a competitividade do pescado na reserva.
"O beneficiamento do pirarucu é o que garante a viabilidade da comercialização desse pescado na RDS do Cujubim. O pirarucu fresco tem custos maiores de logística, como frete de barcos com câmara frigorífica. Já as mantas salgadas representam menos peso para o transporte, não precisam de gelo e possuem uma grande aceitação no mercado Regional", explica.
A expectativa é que cada família consiga uma renda maior que R$ 1000,00 em uma semana de pesca. A RDS Cujubim também tem como vocação produtiva a borracha, que somada ao apoio do componente Renda no abastecimento de cantinas comunitárias, garante subsistência sem degradação da floresta nativa.
"A reserva está bem organizada, e isso é um ganho diretamente associado com essa experiência. O manejo de pirarucu é uma atividade que exige um trabalho conjunto, e isso vem contribuindo para o fortalecimento da associação de moradores", finaliza Marcelo.
Estiveram envolvidos na atividade de apoio ao manejo o Centro Estadual de Unidades de Conservação (Ceuc), o Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Associação de Moradores da RDS Cujubim (Aerdsc) e a Prefeitura de Jutaí-AM.
http://fas-amazonas.org/2014/10/manejo-sustentavel-do-pirarucu-e-realizado-pela-primeira-vez-na-rds-cujubim/
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