O Norte de Minas Gerais irá contar com um importante instrumento para preservação da fauna, flora e dos rios da região. Foi criado pela portaria n23 do Instituto Estadual de Florestas (IEF), de 09 de fevereiro, na bacia hidrográfica do rio São Francisco, no município de Januária, o "Centro de Excelência em Pesquisa, Manejo e Conservação da Vida Silvestre e da Ictiofanuna" o CEPE-Pandeiros. O centro tem como objetivo fazer da bacia do rio Pandeiros modelo para revitalização do rio São Francisco, incentivar pesquisas na região e criar bases científicas para a recuperação ambiental de áreas degradadas.
Para efetivação do CEPE Pandeiros, foi celebrado um termo compromisso com parceria do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) e o Ministério Público de Minas Gerais. Por meio deste termo, a Cemig se comprometeu a disponibilizar R$800 mil por ano durante dez anos para estruturação do trabalho.
Para criar o regimento interno do CEPE Pandeiros e suas normas de funcionamento, foi instituído um Conselho Técnico Consultivo formado por representantes do IEF, Cemig, Ministério Publico, professores e pesquisadores do Núcleo de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade Estadual de Montes Claros, da Fundação Santo Agostinho de Montes Claros, e conselheiros da APA Pandeiros e Conselho do Refugio da Vida Silvestre Alagados do rio Pandeiros. O Conselho tem 120 dias a partir de nove de fevereiro para elaborar o documento.
Segundo o gerente de Proteção e Fauna Aquática e Pesca (GFAPE) do IEF, Marcelo Coutinho, outra atribuição do Conselho Consultivo do CEPE será selecionar e priorizar as pesquisas que beneficiem a região. Coutinho ressalta que "o pântano do rio Pandeiros é o único da bacia do São Francisco, os outros foram degradados".
O rio Pandeiros, devido a sua riqueza da fauna aquática (ictiofauna), é considerado uma das regiões de destaque da bacia do rio São Francisco. De acordo com o IEF, o pântano do rio é qualificado como berçário do rio, visto que, neste local se reproduz cerca de 70% das espécies de peixes do médio São Francisco.
O Governo do Estado já estimula o desenvolvimento sustentável na região do Pandeiros por meio da criação da Área de Proteção Ambiental (APA) do rio Pandeiros, considerada a maior Unidade de Conservação do Estado de Minas, com área de 393 mil hectares. A Unidade tem como objetivo compatibilizar recursos naturais com uso sustentável dos recursos hídricos e proteger a diversidade biológica. A APA abrange comunidades do município de Januária, Bonito de Minas e Cônego Martins. Outra ação é o Projeto Pandeiros, uma iniciativa pioneira do IEF inicada em 2004 com o objetivo de criar alternativas de renda para comunidades dos municípios de Bonito de Minas, Januária e Cônego Marinho, que tradicionalmente viviam da produção do carvão de vegetação nativa.
Atualmente, o Projeto apóia cerca de 200 famílias de 20 comunidades da região e incentiva a criação de carneiros e ovelhas, produção de mel, extrativismo dos frutos do cerrado, aproveitamento sustentável da palmeira babaçu e agricultura familiar. Na safra de 2008-2009, foram apoiados o plantio de 260 hectares das culturas de milho, feijão e mandioca, e 60 hectares das oleaginosas mamona e girassol.
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