Uma arara-azul-de-lear foi encontrada ferida, no povoado do Angico (BA)
Para discutir as atividades do Plano de Ação Nacional (PAN) da arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) (http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira/plano-de-acao/2733-plano-de-acao-nacional-para-a-conservacao-da-arara-azul-de-lear.html), a gestão da Estação Ecológica (Esec) Raso da Catarina (BA) participou de reunião no Ministério Público da Bahia, no final do mês de março (18). O encontro teve por objetivo solucionar problemas que ameaçam a espécie, a exemplo do tráfico de animais silvestres e do conflito com agricultores devido aos danos das araras às plantações de milho.
Uma arara-azul-de-lear foi encontrada ferida, no povoado do Angico, localizado no município de Santa Brígida (BA) no início de fevereiro (8). De acordo com o coordenador substituto do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), Eduardo Araújo, a ave que teve fratura na asa está recebendo tratamento e está bem, mas "apenas saberemos se será possível seu retorno à natureza após a consolidação da fratura". A Polícia Civil está investigando o caso.
O chefe da Esec, José Tiago Santos, esclareceu que os prejuízos à agricultura acontecem devido à perda de habitat, ao aumento populacional da espécie e à diminuição do seu alimento natural, o licuri (Syagrus coronata), tornando o milho uma fonte alternativa de consumo. Entre as prioridades do PAN, está o ressarcimento aos agricultores que tiveram suas plantações atacadas pelas araras-azuis-de-lear.
Ações definidas
A gestão da Esec defendeu em reunião que haja uma ampliação dos parceiros aptos a fazer levantamentos que otimizem o processo e diminuam o intervalo entre os ataques das araras e o ressarcimento aos agricultores.
Atualmente, o ressarcimento é feito pela organização não governamental ECO, após o levantamento da área atingida e uma estimativa da quantidade de milho que seria produzido. "Podemos inferir essa quantidade de acordo com as condições do terreno, seu tamanho e a qualidade do milho plantado que pode ser verificada pelos vestígios de milho que ainda sobram depois do ataque das araras. Então é feito o ressarcimento em sacas de milho conforme a estimativa do que seria produzido ou do prejuízo", explica Santos.
Para a promotora Luciana Khoury, do MP-BA, diante das ameaças, além do trabalho de ressarcimento aos prejuízos da plantação, defendeu a realização de ações de proteção em rede para que em conjunto se chegue a melhores resultados.
Entre os encaminhamentos ficou a produção de cartilhas e folders educativos buscando informar e sensibilizar as comunidades e escolas para a conservação da espécie. Os policiais militares e civis também serão envolvidos e receberão treinamento para intensificar a fiscalização no combate ao tráfico e evitar que as araras sejam abatidas por produtores de milho.
As ações educativas e de fiscalização vão acontecer em todos os municípios de ocorrência da arara-azul-de-lear onde houve ataque ao milharais, incluindo os municípios que compõem a Esec e onde há sítios de alimentação da ave: Paulo Afonso, Glória, Rodelas, Santa Brígida, Canudos, Jeremoabo, Euclides da Cunha e Monte Santo, todos na Bahia.
Participaram ainda da reunião representantes da Secretaria de Meio Ambiente de Santa Brígida (BA) e das polícias Civil e Militar.
http://www.icmbio.gov.br/portal/comunicacao/noticias/4-destaques/6759-icmbio-e-ministerio-publico-debatem-pan-da-arara-azul-de-lear.html
Biodiversidade:Fauna
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