Cinco técnicos, três da Seater, um do Ibama e um de uma ONG ligada à saúde estiveram visitando de sete a 15 deste mês as aldeias dos Índios Yawanawás do rio Gregório para implantar ali um criatório de animais silvestres com destaque para o queixadas jabutis e os tracajás. As ações serão realizadas junto com a Organização dos Agricultores e Extrativistas Yawanawas do Rio Gregório.
Durante o primeiro contato, foram realizadas palestras esclarecendo os índios sobre as vantagens da criação desses animais para a produção de alimentos, como também o lucro que poderão obter com a venda futura dessas espécies. Ao mesmo tempo receberam informações sobre a legislação ambiental que trata da fiscalização sobre a caça e o comércio ilegal dessas carnes, como também sobre as regras básicas que precisam ser obedecidas a fim de que seus criatórios venham a ser reconhecidos legalmente.
"Técnicos e fiscais do Ibama estarão dando o acompanhamento e orientação inicial aos índios ao longo deste ano. Há pouca água no rio até para as canoas, por isso decidimos que os ovos não serão coletados, mas protegidos nas próprias praias em que tiverem sido depositados pelos animais", explicou Vânia Lessa a gerente de Manejo de Fauna da Secretaria de Assistência Técnica e Extensão Rural (Seater).
Ela esclareceu que para essa medida surtir o efeito desejado é necessário um trabalho de conscientização bastante forte junto aos 450 famílias de índios Yawanawás, dez Katuquinas e 18 famílias não índias que vivem dentro da área indígena do Gregório. "Tanto as famílias índias como não índias tem como tradição a coleta dos ovos e a viração dos animais para comer, o que está causando uma rápida diminuição no estoque natural desse alimento. Todos já notaram isso, assim fica mais fácil convence-los de que vale a penas diminuir a caça para que se recuperem".
De acordo com os resultados que forem obtidos neste ano, será iniciada em 2006 a criação sistemática de tracajás naquelas comunidades. "Em agosto irá até a aldeia um consultor de Mato Grosso especializado no manejo de jacarés em ambiente natural. Ele fará a contagem e marcação dos animais para manejo futuro a fim de aproveitar carne e peles", esclarece Vânia.
Durante a visita também foi estimulada a recuperação dos cinco hectares de urucum que vem sendo explorados pelos índios Yawanawás que até montaram uma usina para secar, moer e tratar essa semente corante que é repassada para a empresa Formil que faz a entrega para a Aveda Corporation que com eles fabrica toda uma classe de bronzeadores, shampoos e outros produtos de beleza.
Técnicas de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis, bem como o tratamento de moléstias mais comuns foram apresentadas às comunidades visitadas pela integrante de uma ONG ligada ao setor da saúde que estará atuando em conjunto com o programa de estímulo à melhoria da alimentação e à economia daquela população.
PIB:Acre
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