Mais de 300 praias já foram afetadas pelo óleo: visitação em Abrolhos é suspensa
Suzana Camargo
*Atualizado às 13h18
Pouco mais de dois meses do início do derramamento de óleo no litoral nordestino, números divulgados em 03/11, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), revelam a dimensão do impacto desse desastre ambiental: já são 321 localidades (praias) atingidas, em 125 municípios, dos nove estados da região.
E, infelizmente, um dos principais receios de ambientalistas e biólogos se concretizou na sexta-feira (01/11). O Ibama, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e a Marinha confirmaram que foram encontrados vestígios de petróleo no Parque Nacional Marinho de Abrolhos, ao sul da Bahia.
O arquipélago, composto por cinco ilhas, é habitat de algumas espécies de corais que só existem ali e em nenhum outro lugar do planeta. Além disso, ele possui a maior formação de recifes e o maior banco de biodiversidade marinha do Atlântico Sul.
Abrolhos abriga algumas das principais áreas-berçário de baleias jubarte, que migram para o local para se reproduzir.
Tartarugas marinhas ameaçadas de extinção, como as de couro, cabeçuda, verde e de pente, também se refugiam no parque, assim como aves como a grazina e os atobás. Estima-se que o arquipélago seja habitat de aproximadamente 1.300 espécies.
Na semana passada, conforme noticiamos neste outro post, a organização Conservação Internacional - Brasil já havia informado que resíduos de óleo tinham sido observados nos municípios próximos a Abrolhos, nas praias da Reserva Extrativista de Canavieiras, em Belmonte e em Santa Cruz de Cabrália, e recolhidos por pescadores.
Todavia, o governo federal ainda negava a chegada do petróleo ao parque nacional. Mas na sexta, foi confirmada a detecção de pequenos fragmentos em Ponta da Baleia, no município de Caravelas, e também na Ilha de Santa Bárbara.
Abrolhos é fechado para visitação por causa do óleo
No domingo (03/11), a administração do Parque Nacional Marinho de Abrolhos comunicou que ele estará fechado para visitação durante três dias. A medida foi tomada para "possibilitar as atividades de prevenção, controle e remoção do óleo, além de minimizar riscos a saúde pública" e pode ser prorrogada, se necessário.
Todo o entorno do arquipélago de Abrolhos está sendo monitorado por embarcações da Marinha para recolher possíveis manchas que apareçam. Os resíduos encontrados nas praias já foram recolhidos.
Segundo o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), formado por representantes da Marinha, ANP e Ibama, os estados do Ceará, Rio Grande de Norte, Paraíba e Pernambuco estão com as praias limpas. Entretanto, as seguintes localidades permanecem com vestígios de óleo e com ações de limpeza em andamento: Maragogi, Japaratinga, Barra de São Miguel, Coruripe, Feliz Deserto e Piaçabuçu, em Alagoas; Artista, em Sergipe; Arembepe, Berlinque, Barra Grande, Cueira, Pratigi, Alcobaça, Mar Moreno e Piracanga, na Bahia.
Até o momento, foram coletadas aproximadamente 4 mil toneladas de resíduos de óleo das praias nordestinas.
*Texto alterado para atualizar o número de praias e municípios atingidos pelo óleo.
http://conexaoplaneta.com.br/blog/mais-de-300-praias-ja-foram-afetadas-pelo-oleo-visitacao-em-abrolhos-e-suspensa/
Recursos Hídricos:Poluição
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- UC Marinho dos Abrolhos
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