Encerrou na última sexta-feira (dia 04/08), na Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), um work shop para divulgação dos resultados da Expedição Juruena Apuí, que aconteceu no Mosaico de Unidades de Conservação do Sul do Estado, realizada de 19 de junho a 09 de julho.
A área percorrida na expedição ocupa todo o Sudeste do Amazonas, o Sudoeste do Pará e o Norte do Mato Grosso e é vista como uma das áreas mais preservadas da Amazônia.
Segundo o coordenador do projeto Rede de Conservação do Amazonas, Carlos Eduardo Marinelli, o objetivo do work shop é identificar prioridades para o plano de gestão da área. A partir dessa reunião estratégica, vamos estabelecer novas metas e direcionar o que vai ser feito no Plano de Gestão que deve ser entregue até o fim do segundo semestre de 2006 , afirma.
Com pouquíssima presença humana, a área percorrida pelos pesquisadores é praticamente desconhecida do ponto de vista científico. Afirma Carlos Eduardo Marinelli que os relatórios apresentados resultarão num inventário que servirá de base para a elaboração do Plano de gestão do Mosaico.
Dentre os dados apresentados no work shop, que servirão de base ao inventário, chamou a atenção dos pesquisadores, a descoberta de duas novas espécies de peixes e o registro de uma espécie de ave até hoje só registrada no Cerrado (Planalto Central do Brasil). Além disso, estão sendo encaminhados estudos para provar uma nova espécie de Copaíba, nunca antes coletada no Amazonas e uma nova espécie de mamífero, o Dinamys banickii (Pacarana).
A ocorrência de 11 espécies de mamíferos vulneráveis à extinção foi o fato mais grave revelado pelos pesquisadores. Sete tipos de paisagem foram identificadas. Explica Marinelli que uma delas merece destaque, uma paisagem específica dessa área que não é muito comum na Amazônia, a campina de áreas rupestres. Essas áreas têm solo raso e rochoso e são cobertas por espécies do Cerrado.
14 pesquisadores participaram da expedição que percorreu 2,5 milhões de hectares em 09 Unidades de Conservação que compõem o Mosaico seis de uso sustentável e três de proteção integral. A área sofre pressão de desmatamento pelo cultivo de soja e é uma das mais preservadas do Amazonas pela pouca presença antrópica.
O novo passo para a implementação dessas reservas é a geração de discussões sobre prioridades na gestão dessas unidades que compõem o Mosaico. Participam das discussões equipes da SDS, do INPA, da WWF- Brasil, do Instituto Centro da Vida e da Wildlife Conservation Society (WCS).
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