A 3ª reunião do Comitê da Reserva da Biosfera da Amazônia Central aprovou ontem, na Reitoria da UEA, o regimento interno e o plano de gestão a ser implementado em 2006. Segundo o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Virgílio Viana, a reunião teve o objetivo de detalhar o plano de investimentos na melhoria da qualidade de vida das populações que moram na área do corredor ecológico que corresponde à Reserva. "A implementação do plano irá estender os benefícios da cooperação internacional às comunidades indígenas e ribeirinhas".
Mais de 2000 pessoas estiveram envolvidas nas diversas oficinas de diagnóstico que serviram de base para elaboração do plano de gestão da Reserva. 18 oficinas foram realizadas na área do Corredor Central da Amazônia (CCA), que vai de Benjamim Constant ao Pará, passando por municípios como Novo Airão, Fonte Boa e Tefé.
Segundo a chefe do Departamento de Gestão Territorial do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Artemísia do Valle, esse projeto é de fato fruto das demandas locais, tanto das populações, quanto das instituições. São parceiras no projeto 24 instituições entre representantes das populações tradicionais da área do CCA, ONG´s, representantes de setores produtivos e empresariais, instituições estaduais, representantes municipais, instituições federais e cooperadores internacionais.
Após aprovação do plano de gestão, o Comitê da Reserva da Biosfera da Amazônia Central se reunirá, na semana que vem com os doadores internacionais e Ministério do Meio Ambiente (MMA) para negociar a implementação das ações que fazem parte da segunda fase do projeto. As ações são voltadas, principalmente, para a implementação das Unidades de Conservação (UC´s), da proteção da biodiversidade em terra indígena e melhoria de qualidade de vida das populações.
Plano de Manejo das Unidades Estaduais
Ações efetivas como o plano de manejo das unidades estaduais do baixo rio Negro e o estabelecimento dos conselhos das UC´s, a construção do código de conduta dos operadores de turismo e a regularização fundiária para fins de acesso à terra vêm ocorrendo antes do início da segunda fase do projeto, que corresponde de fato à implementação das ações.
A Fundação Vitória Amazônica (FVA) foi responsável pela elaboração do plano de gestão do Parque Estadual do rio Negro. Está previsto para o início de 2006, a publicação dos editais de chamada para as linhas de atuação identificadas dentro do plano de gestão da Reserva.
Instrumento de agilidade aos governos
Segundo o representante da Cooperação Técnica Alemã (GTZ), Gustavo Wachtel a Reserva da Biosfera da Unesco seleciona amostras em muitas áreas do mundo. "Esse instrumento dá uma agilidade maior aos governos e ONG´s para conseguir recursos adicionais porque significa que o governo tem cuidado na área da conservação".
Gustavo Wachtel afirma que, com o tempo a Reserva da Biosfera da Amazônia Central tende a juntar os extremos: conservacionistas x sócio-ambientalistas. "O grande desafio do desenvolvimento sustentável não é a implantação das UC´s, mas o trabalho entre elas".
Reserva da Biosfera da Unesco
A idéia da Reserva da Biosfera da Unesco nasceu nos anos 70 em nível internacional e aborda o ordenamento territorial. É também um instrumento de incrementação da participação da sociedade civil em tomadas de decisão de desenvolvimento territorial.
UC:Geral
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