As concessões em florestas brasileiras vão permitir, entre 2009 e 2010, a oferta de mais de 840 mil metros cúbicos de madeira de origem legal e sustentada e a geração de 12 mil empregos diretos e indiretos. Prevê-se, ainda, a geração de cerca de R$ 430 milhões entre arrecadação para o governo, receitas com serviços e economia gerada pela indústria. As projeções são do Serviço Florestal Brasileiro e baseiam-se nas concessões que devem ser realizadas no período. A estimativa é de que, até o final de 2010, mais de 2,7 milhões de hectares de florestas sejam licitados.
"O setor madeireiro hoje tem uma boa oportunidade de acessar madeira legal. As concessões vão aumentar as áreas para retirada de madeira de forma sustentável", afirma o diretor-geral do Serviço Florestal, Antônio Carlos Hummel.
Desse quantitativo, aproximadamente um milhão de hectares devem ser oferecidos ainda este ano em três editais. Um deles está aberto, o da Flona Saracá-Taquera, com 140 mil hectares disponíveis. Até o final de 2009, a previsão é lançar os editais restantes, das Flonas Amana e Crepori, localizadas na BR-163, no Pará.
NOVOS EDITAIS - A expectativa é que, no próximo ano, o Serviço Florestal divulgue editais para mais seis flonas, num total de 1,5 milhão de hectares. Três dessas flonas localizam-se também no Pará - Trairão, Altamira e Jamanxim - e juntas contam 1,1 milhão de hectares, ou 76% da área para concessão no ano.
As demais estão distribuídas pelo Acre, onde deve haver concessões nas Flonas Macauã e São Francisco, e em Rondônia, na Flona Jacundá, que somam 369 mil hectares.
Para ser objeto de concessão, as Flonas devem estar incluídas no Plano Anual de Outorga Florestal (PAOF) 2010. O documento será lançado pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, nesta quinta-feira, 30.
"O PAOF é um instrumento de planejamento para o próprio Serviço Florestal e serve para que aqueles que tenham interesse nas concessões se planejem para participar direta ou indiretamente do processo", diz o gerente Executivo de Planejamento Florestal, Marcus Vinícius Alves.
Entre os potenciais interessados estão empresas que utilizam matéria-prima florestal, prestadores de serviço na área de florestas, empresas de máquinas, equipamentos e insumos florestais e comunidades que vivem no entorno das áreas de concessões.
MANEJO - Para o diretor-geral do Serviço Florestal, Antônio Carlos Hummel, o Brasil vive um momento novo na exploração madeireira. "Há um quadro institucional e legal bastante favorável para que o uso da madeira seja feito de forma sustentável".
A afirmação se baseia em uma conjunção de fatores. As empresas vencedoras das licitações só podem explorar a floresta por meio do manejo sustentável, uma técnica em que só se retira, seletivamente, a quantidade de árvores que a floresta consegue repor (em geral, cinco a seis árvores -- das mais de 500 presentes em um hectare de floresta), em ciclos de produção acima de 30 anos.
No manejo, a floresta gera recursos para investimentos na própria conservação. Trata-se de uma atividade oposta ao desmatamento, em que a floresta é totalmente retirada para que a terra tenha outra finalidade.
Podem ser explorados, além da madeira, frutos, sementes, resinas, óleos, serviços, etc. Isso é sustentabilidade, mais conhecida como a "economia da floresta", que gera a renda que garante que a floresta continue existindo e prestando os serviços essenciais à vida no planeta, como regulação do clima, lazer, fornecimento de alimentos e produtos medicinais.
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