A destruição das áreas de mata em Mato Grosso já ultrapassou os limites da Floresta Amazônica. Agora, outro bioma do Estado - o Cerrado - sofre com a degradação provocada, na maioria das vezes, pelo avanço da agropecuária e produção de carvão vegetal oriundo de mata nativa e destinado à indústria siderúrgica. A nova realidade fez o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), acenderem o sinal de alerta quanto ao que vem ocorrendo no território.
Ao longo dos últimos sete anos (2002-2008), diferentes regiões de Mato Grosso passaram a compor a lista dos pontos mais devastados. As perdas em terras indígenas, assentamentos rurais e unidades de conservação têm se tornado motivo de preocupação e, a cada ano, aumentam na medida em que as ações de repressão aos crimes ambientais não têm surtido efeito. As constatações dos órgãos ambientais da União revelaram que a legislação não vem sendo cumprida.
Nas terras indígenas, por exemplo, os seis maiores desmatamentos ocorreram em Mato Grosso e no Maranhão. Em todo o país, foram 437,39 quilômetros quadrados desmatados dentro do Cerrado. O ranking dos pontos mais afetados foi encabeçado pelo território Maraiwatsede (MT), onde 81,39 km2 (13,01%) foram desmatados. Em seguida apareceram Utiariti (MT), com 80,69 km2 (1,97%) desmatados; Pareci (MT) - 50,19 km2 (0,89%); Bakairi (MT), com 44,17 km2 (7,05%); Canabrava/Guajajara (MA), com 21,08 km2 ( 1,55%) e Krikati (MA), com 20,46 km2 (1,41%).
Tratando-se das unidades estaduais de conservação (no Brasil tornou-se campeã de desmatamento com 3,8 mil quilômetros destruídos), os pontos mais críticos foram identificados nas áreas de preservação ambiental APA Ilha do Bananal/Cantão (TO) - 1.243,8 km2 (7,92%); APA do Rio Preto (BA) - 597,3 km2 (5,2%); APA Upaon-Açu (MA) - 494,2 km2 (5%); APA Bacia do Rio de Janeiro - 254,18 km2 (8,46%); APA Cabeceira do Cuiabá - 161,07 km2 (3,4%), APA Pouso Alto - 155,86km2 (1,85%) e APA Cochá e Gibão (MG) - 85,83 km2 (3%).
No Brasil, em sete anos, os órgãos públicos apontam para destruição de 7,94 mil quilômetros quadrados de matas nativas entre as regiões de assentamento, reservas indígenas e unidades de conservação.
Assentamentos Rurais
No Brasil foram desmatados 2.891 quilômetros quadrados, o que representa 2% da área dos assentamentos. Os maiores problemas ocorreram:
Macife (MT) 130,7 km2 (55,43%)
Piratininga (MT) 98,24 km2 (41,66%)
Juruena 1 (MT) 45,66 km2 (19,37%)
Cigra (MA) 44,7 km2 (18,96%)
Angical 1 (BA) 42,3 km2 (17,94%)
Noidorinho (MT) 40,73 km2 (17,28%)
Lagoa da fortuna (MA) 39,06 km2 (16,57%)
Campinas (MT) 38,28 km2 (16,24%)
Unidades federais de conservação - Para as unidades federais de conservação foram desmatados 727,49 quilômetros quadrados, sendo os seis maiores pontos críticos:
APA Serra da Tabatinga (TO) - 98,18 km2 (27,9%)
APA Meandros do Rio Araguaia (GO-MT-TO) - 117,04 km2 (3,25%)
Reserva das Nascentes do Rio Parnaíba (BA-MA-TO-PI) 70,56 km2 (0,96%)
APA das Nascentes do Rio Vermelho (GO) -64,68 km2 (3,66%)
APA do Planalto Central (DF-GO) - 61,54 km2 (1,23%)
APA Cavernas do Peruaçu (MG) - 59,25 km2 (4,71%)
http://www.sonoticias.com.br/noticias/7/111557/desmatamento-migra-para-o-cerrado-em-mato-grosso
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