O silêncio da floresta só é quebrado pelo canto dos pássaros e outros ruídos provocados pelos animais que habitam o lugar. No Lago do Amapá, distante cerca de cinco quilômetros do centro de Rio Branco, capital do Acre, a exuberância do verde, ainda preservado, encanta os visitantes. Nem de longe é possível ouvir o ruge-ruge da cidade.
Todo esse santuário está disponível aos turistas que quiserem experimentar uma convivência harmoniosa com a natureza, já que o lugar foi transformado em Área de Preservação Permanente (APA) em dezembro de 2005, pelo governo acreano, e cinco anos depois, por meio da empresa Maanaim Amazônia, conquista a certificação como produto de turismo pela Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (ABETA). Tornando-se o primeiro produto turístico do Acre a cumprir as exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
"Estamos em processo para certificação de outros produtos turísticos fornecidos por empresas acreanas. Serão de 10 a 15 produtos a serem certificados nos próximos meses. Essa certificação é uma garantia para o turista de que esse produto é de qualidade e seguro", garante o coordenador regional da Abeta/Acre e diretor da Maanaim Amazônia, João Bosco Nunes.
Na última semana, o Lago foi visitado por um auditor da ABETA. Pedro Mora Filho veio conhecer in loco o lugar e averiguar se a empresa Maanaim cumpre as exigências de qualidade e segurança necessárias para a certificação.
"Ter um destino certificado tão acessível, como este, é um diferencial para o mercado internacional", garante o auditor.
A certificação do turismo de aventura no Lago do Amapá é um processo que vem sendo construído há anos não apenas pela empresa Maanaim Amazônia, mas por uma parceria de sucesso envolvendo setor público, iniciativa privada e principalmente a comunidade, que em 2004 deu início a um movimento de preservação do lago, até então vítima da pesca predatória e do desmatamento em seu entorno, e hoje começa a colher os frutos desse trabalho.
A presidente da Associação dos Moradores e Produtores Rurais da Estrada do Amapá (Amprea), Terezinha Silva, assim como os demais moradores do lugar, acredita que a exploração turística da área do Lago irá trazer melhoria para vida da comunidade, bem como promoverá a preservação da biodiversidade local.
Pedro Mora concorda com a presidente. Ele acredita que a parceria existente no Acre entre setor público, privado e comunidade possibilita o sucesso dos produtos turísticos da região. "Somam-se forças de vários setores e quem ganha com isso é a comunidade e o turista", garante.
O que o lugar tem a oferecer - Na APA do Amapá, além de muito verde, os visitantes também podem aproveitar para passear de barco no lago e nos rios Acre e Riozinho e sem muita dificuldade encontrar botos pelo caminho. Aqueles que preferemterra firme podem passear a pé ou de bicicleta por trilhas espalhadas pela floresta. Os amantes do ar, também não foram esquecidos, conhecer a floresta pela copa das árvores será em breve uma opção acessível. O governo do Estado, por meio de convênio entre o Ministério do Turismo e a Secretaria de Estado de Esporte Turismo e Lazer (SETUL), com emenda do senador Tião Viana (PT/AC), está implantando no Parque Plácido de Castro o primeiro circuito de arvorismo acrobático de Rio Branco.
Também encontra-se em implantação pela Governo do Estado amplo projeto de sinalização para acessibilidade turística, sinalização de trilhas para caminhadas e de cicloturismo. Tanto a ilha do Lago do Amapá quanto seu entorno estão incluídos em projetos de ecoturismo de base sustentável e empresarial e constam de corredor ecológico formado ainda pelas APAs do Irineu Serra e São Francisco.
O Lago do Amapá compõe complexo turístico que conta ainda com o Parque Municipal Plácido de Castro, local onde o herói da Revolução Acreana foi alvejado com tiros traiçoeiros e onde está à lápide que sinaliza o local da emboscada que o vitimou e, ainda, o cemitério do Benfica, onde o herói pátrio permaneceu enterrado.
A região abriga também a maior concentração de restaurantes regionais do município de Rio Branco que servem da tradicional galinha caipira a pato no tucupi, passando por peixes criados na região, entre eles o Mata Nativa, Pica-Pau, Lua Morena, Gurgel e Dona Tereza.
Como chegar ao local - Por via terrestre, chega-se ao local de automóvel pela Via Verde ou Via Chico Mendes, entrando na Estrada do Amapá. Quem preferir pode chegar ao lago, que tem forma de "U", pela via fluvial, subindo o Rio Acre em barcos de pequeno porte.
A APA do Amapá tem mais de cinco mil hectares de área e 31 km de perímetro, com sendo que na área ainda encontra-se preservada a chamada Ilha do Lago, com florestas nativas, o lago, um meandro abandonado, que ocupa seis quilômetros de extensão.
Dentro da APA existem 6 ramais principais, por onde se chega seguindo a Estrada do Amapá: Ramal do Dez, Rodo e Pica Pau, Gurgel, Riozinho, Posto Médico e o ramal Santa Helena.
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UC:APA
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