No período de 07 a 14 de setembro, o Programa de Agentes Ambientais Voluntários (AAV) do Centro Estadual de Unidades de Conservação (CEUC), órgão da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) promoveu a Oficina de Capacitação para Novos Agentes Ambientais Voluntários atuarem nas Unidades de Conservação estaduais do Mosaico do Apuí. A atividade foi realizada na sede comunitária da comunidade Vila do Carmo, localizada no município de Apuí (a 453 km de Manaus). Foram capacitados 11 agentes moradores da comunidade, que receberam orientações sobre o sistema de abordagem nas ações de proteção e vigilância na área do Mosaico do Apuí.
O papel do agente ambiental voluntário é atuar nas ações de proteção e vigilância dentro da Unidade de Conservação com a participação da comunidade, mas também tem outro desafio, promover a educação ambiental nas comunidades. "Em um segundo momento, quando acontece um crime ambiental ou algum conflito na comunidade, o Agente Ambiental Voluntário trabalha com o Auto de Constatação, com o apoio dos comunitários que encaminha ao CEUC'', explica a técnica do Programa AAV, Kelly Cristina Souza".
Na programação da oficina foram abordados temas como resolução, normas, procedimentos e condutas dos AAV's; legislação ambiental; fiscalização, noções de ecologia como fauna e flora; educação ambiental: conceitos, objetivos e a construção do plano de trabalho dos AAV's e Unidades de Conservação, e por fim o plano de gestão do Mosaico do Apuí.
De acordo com a técnica do Programa AAV durante o mutirão ambiental realizado nas comunidades, foi solicitada a capacitação de novos AAV's no Mosaico do Apuí, conforme previsto no Plano de Gestão da UC's. "Em 2007 houve a capacitação dos primeiros Agentes Ambientais Voluntários, naquele momento houve todo um processo de sensibilização, as visitas nas comunidades, os comunitários foram levados até a sede do município de Apuí. Após a capacitação esses comunitários, voltaram para as suas respectivas comunidades com o plano de trabalho", disse Kelly.
Os AAV's têm realizado ações de orientação e de educação ambiental em suas comunidades e escolas com o apoio dos chefes da referida unidade de conservação. Vale ressaltar, que nas outras Unidades de Conservação do Estado do Amazonas, também se desenvolve o Programa, como por exemplo, nas Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piagaçu Purus, Rio Uatumã, Rio Amapá, Reserva Extrativista (RESEX) Catua Ipixuna, Parque Estadual Sumamua, Área de Proteção Ambiental (APA) Caverna Maroaga e Parque Estadual Rio Negro.
Os AAV's são indicados pela comunidade, onde é realizada uma reunião depois da visita dos técnicos do Programa, na qual são indicadas duas ou três pessoas para participarem das oficinas de capacitação.
O plano de trabalho dos novos AAV's foi baseado nos principais problemas e conflitos ambientais (pesca predatória, garimpo, retirada ilegal de madeira, retirada ilegal de ovos e quelônios), presentes nas comunidades, identificados durante a Oficina. Entre as atividades propostas pelos próprios AAV's encontram-se, por exemplo, reuniões nas comunidades no rio Aripuanã e Sucunduri para conscientização ambiental sobre manejo dos quelônios e pesca, palestras e limpeza na comunidade entre outras ações.
O técnico do Departamento de fiscalização do CEUC Reginaldo Freitas, explica que os comunitários são orientados sobre a atuação do Agente Ambiental Voluntário. ''Durante as oficinas deixamos bem claro, que o Agente Ambiental Voluntário não é um fiscal ambiental, mas sim um multiplicador dentro de sua comunidade. O que ele pode fazer é comunicar os órgãos ambientais sobre a ocorrência de um crime ambiental através do auto de constatação que é uma ferramenta legal que esse agente tem em mãos'', acrescenta.
A proposta do Programa Agente Ambiental Voluntário visa contribuir na formação de novos AAV's para atuar nas ações de proteção e vigilância prevista na resolução n 02/2008 e no plano de gestão do Mosaíco de Apuí.
Mosaico do Apuí
É um conjunto de nove Unidades de Conservação (UC) localizado na região sudeste do Amazonas ocupando uma área com aproximadamente 2,5 milhões de hectares, com diferentes categorias de manejo. O Mosaico do Apuí foi criado em 2005 com o desafio de barrar o avanço desordenado da ocupação da terra, e principalmente a apropriação indevida das mesmas (grilagem). A área também é conhecida como Arco do Desmatamento por estar situada na região de fronteira dos Estado do Amazonas e Mato Grosso.
http://www.ceuc.sds.am.gov.br/component/content/article/42-destaques/286-mosaico-do-apui-ganha-novos-agentes-ambientais-voluntario-.html
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