CB, Cidades, p. 36 - 06/06/2009
Conservação agora é lei
Dia Internacional do Meio Ambiente traz ao DF os primeiros planos de manejo próprio para as estações de Águas Emendadas e Jardim Botânico
Pablo Rebello
As estações ambientais do Jardim Botânico e de Águas Emendadas (em Planaltina) ganharam um presente especial no Dia Internacional do Meio Ambiente. Ambas as reservas ecológicas foram agraciadas com planos de manejos próprios, os primeiros a serem elaborados no Distrito Federal. Na prática, os documentos traçam programas de sustentabilidade que ajudarão a manter e definir políticas de conservação nas duas estações. "É como se fosse a constituição de uma estação ecológica. Ele define o que pode ser feito, como pode ser feito e por quem podem ser feitos todos os trabalhos realizados dentro das reservas", simplificou Gustavo Souto Maior, presidente do Instituto Brasília Ambiental (Ibram).
Os planos de manejo levaram 18 meses para ser elaborados e custaram aproximadamente R$ 600 mil. Os especialistas em meio ambiente que produziram os documentos estudaram a fundo a fauna e a flora de ambas as reservas, assim como as condições específicas de cada uma. Eles também estiveram em contato com comunidades próximas às estações, visando criar condições de elaborar planos de melhorar a educação ambiental nas duas regiões e até mesmo atrair recursos para as reservas. A criação dos comitês de implantação dos planos de manejo, realizada ontem pelo governador José Roberto Arruda, dará legalidade para ações de proteção à natureza.
O diretor do Jardim Botânico, Jeanito Gentilini, destacou a importância de uma estratégia para a reserva ambiental: "O plano de manejo dá um norte com o qual podemos trabalhar na região protegida do parque. Ele nos dá detalhes de áreas que se encontram degradadas, assim como apresenta aperfeiçoamentos na coleta de dados sobre a fauna e flora que temos". Atualmente, o Jardim Botânico conta com uma área de 500 hectares aberta para visitação e uma reserva ambiental de 4,5 mil hectares. Segundo Jeanito, um espaço será criado na parte que pode ser visitada para passar informações sobre a importância da educação ambiental para os visitantes.
Estratégias
Além dos planos de manejo, o governador José Roberto Arruda anunciou outras novidades que dizem respeito ao meio ambiente. Ele sancionou uma lei que proíbe a queima de lixo, uma das principais causas de incêndios em reservas ecológicas, em todo o Distrito Federal. Anunciou ainda a contratação de 100 servidores públicos qualificados na área de meio ambiente para 26 de julho e assinou um decreto que dá origem à Agenda 21, criada para tratar de assuntos ambientais no DF. E instituiu, finalmente, o comitê de gestão da bacia hidrográfica do Lago Paranoá.
O novo comitê possibilitará a formação de uma política mais definida no que diz respeito ao lago. Segundo Gustavo Souto Maior, ele funcionará como um parlamento formado por membros do governo, da sociedade civil e de organizações não governamentais (ONGs). "Dessa forma, poderemos ter um controle maior sobre o que é construído às margens do lago, assim como regrar as atividades que obtêm algum lucro com a bacia", detalhou. "Trata-se do primeiro comitê dessa natureza no DF, que ainda conta com outras seis bacias: a do São Bartolomeu, do Descoberto, Corumbá, Maranhã, Rio Preto e São Marcos. O ideal era que cada uma tivesse o seu comitê, como ocorre em São Paulo, onde existem 22 bacias e 22 comitês", acrescentou.
O governador Arruda defendeu que as novas determinações são muito importantes para Brasília, na medida em que ajudam a frear o crescimento desordenado dos centros urbanos. "Trata-se de um conjunto de ações que representam um avanço na nossa política ambiental, que tem como carro-chefe a legalidade. É muito difícil, e algumas vezes até antipático, mas precisamos tomar medidas que preservem o meio ambiente e não deixem a cidade crescer de maneira desorganizada", ressaltou.
CB, 06/06/2009, Cidades, p. 36
UC:Estação Ecológica
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