OESP, Vida, p. A18 - 28/09/2011
Vento e tempo seco atrapalham combate a fogo
Incêndio foi contido na Serra do Rola Moça, mas tomou a direção da Serra do Barreiro, na região metropolitana de BH
Aline Reskalla
Especial para o Estado
Belo Horizonte
Os fortes ventos e o tempo seco prejudicam o combate ao incêndio que destrói o que restou da Serra do Rola Moça, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ontem o fogo foi, enfim, contido na região de Brumadinho, a cerca de 50 quilômetros da capital, onde ficam muitos condomínios fechados, mas as chamas tomaram a direção da Serra do Barreiro, próximo ao manancial do Mutuca, que abastece parte da capital mineira.
Noventa por cento dos 3,9 mil hectares da serra foram destruídos, segundo novo balanço do Corpo de Bombeiros. O capitão Rodrigo Castro informou que todos os esforços das forças de combate ao fogo se concentram na região da Serra do Barreiro, com objetivo de evitar que o manancial seja afetado. "Se isso ocorrer, certamente a qualidade da água será afetada", afirmou o capitão.
Até o início da noite de ontem, 185 homens trabalhavam no local, com a ajuda de quatro helicópteros e de dois aviões. "As condições climáticas não estão ajudando. Aqui é uma região que venta muito, e o relevo dificulta o acesso aos focos", explicou o bombeiro. Os trabalhos no local recomeçam às 4h30 de hoje e uma equipe de policiais permanece de plantão na base montada no parque.
Indignação. Na região de Brumadinho, o clima entre os moradores era de cansaço, tristeza e indignação. Morador de um dos condomínios de Casa Branca, distrito de Brumadinho, o ator Paulo Sérgio Pires Cavalcanti passou os últimos quatro dias correndo de um lado para o outro na tentativa de apagar o incêndio e ajudar a socorrer vizinhos em perigo. O fogo chegou bem perto da sua casa, e ele se juntou a outros moradores para combatê-lo. "Tiramos coragem não sei de onde. Entramos no meio do mato à noite porque não havia como dormir numa situação daquelas. De repente, um vento transformava chamas que tinham meio metro de altura em chamas de 2 metros, e tínhamos de correr."
Ontem, segundo Cavalcanti, do centro de Casa Branca ainda era possível ver alguns pequenos focos.
O morador não poupou críticas ao que chamou de demora dos bombeiros em responder aos chamados que ele e os vizinhos fizeram desde sexta-feira. "De sexta-feira até sábado à noite, não conseguimos falar no telefone do plantão dos bombeiros." Ele também conta que um carro da corporação chegou sem água ao local e muitos agentes pareciam perdidos, sem saber aonde ir. "Se não fossem os moradores, que não pouparam esforços, o incêndio tinha atingido as residências", afirma o ator.
O capitão Castro nega que tenha havido demora no atendimento. Segundo ele, no final de semana, cem homens trabalhavam no local. "Empenhamos até o nosso corpo administrativo nos últimos dias. Fizemos nosso máximo de esforço possível", afirmou.
Perigo urbano. O incêndio que consumiu 100 quilômetros quadrados de área verde da Serra do Curral e ameaçou um hospital oftalmológico no bairro Mangabeiras, zona sul de Belo Horizonte, estava sob controle até o início da noite de ontem. O capitão Frederico Pascoal, dos bombeiros, informou que uma equipe permaneceria de plantão no local para evitar que pequenos focos retomassem força.
OESP, 28/09/2011, Vida, p. A18
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,vento-e-tempo-seco-atrapalham-combate-a-fogo-,778386,0.htm
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