Começa recuperação do Parque Nacional da Tijuca

O Globo, Rio, p. 19 - 18/03/2012
Começa recuperação do Parque Nacional da Tijuca
Obras de R$ 10 milhões prevêem construção de muros de contenção de encostas e conservação de monumentos

Isabela Bastos
isabelab@oglobo.com.br

Quase dois anos depois dos temporais que desabaram sobre o Rio, provocando 283 deslizamentos de terra somente no Parque Nacional da Tijuca e isolando a estátua do Cristo Redentor pela primeira vez em sua história, a unidade de conservação começou, esta semana, a receber obras de recuperação. Custeadas pelo Ministério da Integração Nacional, as intervenções foram orçadas em R$ 10 milhões e deverão durar dez meses. O Instituto Chico Mendes (ICM-Bio) fechou um convênio com a prefeitura e a GEO-Rio vai executar os trabalhos.
Cerca de cem pontos do parque passarão por obras, sendo 33 deles de construção de muros de contenção de encostas próximas a vias de acesso à floresta. Estão previstos também a recuperação de sete monumentos, a construção de cinco guaritas e o reflorestamento de 81 pontos e uma nova sinalização.
Os trabalhos foram iniciados pelo Parque Lage, onde será construído um muro de contenção nos fundos da Escola de Artes Visuais e na Cachoeira do Quebra, na Estrada da Vista Chinesa. Ali, operários trabalham na limpeza do lago, encoberto por toneladas de areia que desceram das encostas.
Segundo o presidente da GEO-Rio, Márcio Machado, as obras serão uma complementação dos trabalhos emergenciais feitos pela prefeitura após os temporais de abril de 2010, que custaram R$ 5,5 milhões.
Seis estradas do parque terão obras de contenção e de reflorestamento. A via que receberá o maior número de intervenções é a Estrada do Sumaré, onde será preciso fazer muros de contenção em 12 pontos. Em outros15 trechos, a estrada passará por mutirões de reflorestamento e por intervenções de drenagem. Nas estradas Dona Castorina e da Vista Chinesa três pontos de deslizamentos serão protegidos por muros ou telas presas às rochas.
Na Estrada do Corcovado, serão feitas contenções de encostas em seis pontos, e outros sete serão reflorestados. Serão construídos pontos de contenção na Estrada do Redentor, no Mirante Dona Marta, na Estrada das Paineiras e no Parque Lage. Além da Cachoeira do Quebra, serão recuperados outros seis monumentos da Floresta da Tijuca, como a Cascatinha Taunay e a Cachoeira do Horto.


Trechos de vias de acesso serão interditados
Em caso de chuvas extremas, parque vai ser fechado

Para abrir caminho às obras, serão feitas interdições parciais de trânsito nas vias de acesso ao parque. Será implantado esquema de pare e siga para orientar os motoristas e os bloqueios parciais serão anunciados com antecedência. A empresa escolhida para executar as obras é a Sociedade de Obras e Projetos de Engenharia (Sope).
- Temos um prazo de dez meses, mas queremos ter pelo menos 80% das frentes de obras prontas a tempo da conferência Rio + 20, que acontece em junho - disse Márcio Machado, presidente da GEO-Rio.
Com a necessidade de interdições, a direção do parque apelapara que os motoristas tenham cuidado ao circular pelas estradas da Floresta da Tijuca. Segundo a chefe do parque, Maria de Lourdes Figueira, a maior preocupação recai sobre as estradas de Dona Castorina, da Vista Chinesa e das Paineiras.
Projeto prevê construção de cinco guaritas
As obras de recuperação do Parque Nacional da Tijuca preveem ainda a construção de cinco novas guaritas de acesso, aumentando para nove os pontos de controle da unidade de conservação. As guaritas serão construídas nas estradas da Vista Chinesa e do Redentor, e nas localidades de Represa dos Ciganos (no setor Floresta do parque, próximo à Estrada Grajaú-Jacarepagua) e do Barro Branco (no Sumaré). A quinta barreira será erguida na área conhecida como Pretos-Forros, onde não há visitação, mas será criado um ponto de fiscalização.
Segundo a chefe do Parque Nacional, Maria de Lourdes Figueira, a criação das novas guaritas permitirá fechar o parque em caso de chuvas extremas, em que os riscos de deslizamentos são maiores. A medida foi anunciada pelo Instituto Chico Mendes em abril de 2010, após as tempestades que destruíram os acessos à floresta. Na ocasião, a direção do parque anunciara que a ideia era bloquear a entrada de motoristas em boa parte dos 42 quilômetros de estradas, durante a vigência de alertas meteorológicos.
Há dois anos, os 283 deslizamentos de terra deixaram trechos inteiros do parque isolados. Segundo levantamento feito pelo Instituto Chico Mendes à época, 12 deslizamentos foram considerados muito grandes e outros 40 foram classificados como grandes. Quedas de barreiras interromperam a circulação do Trem do Corcovado e a Rua Almirante Alexandrino teve um trecho destruído, ficando três meses fechada.

O Globo, 18/03/2012, Rio, p. 19

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