Criado há 24 anos, o Parque Nacional (Parna) de Chapada dos Guimarães, localizado a 35 quilômetros de Cuiabá, ainda conta com 64,16% de sua área de 32,6 mil hectares sob o domínio de particulares.
No seu entorno, a unidade conservação (UC) enfrenta muita pressão provocada pelo uso de agrotóxico, pastagem, tráfego intenso nas rodovias e queimadas.
De acordo com a chefe substituta do Parna, analista ambiental Carolina Potter de Castro, entre os particulares estão invasores, posseiros e proprietários com títulos de terra. O objetivo é buscar a regularização fundiária do parque, que hoje possui apenas 5,6 mil hectares regularizados (17,37%), 6 mil hectares (18,47%) em fase de regularização e quase 21 mil hectares (64,16%)reivindicados por particulares.
"O Plano de Manejo está bem avançado a exemplo das ações de combate às queimadas e controle dos visitantes, mas é difícil fazer manejo sem a regularização fundiária de toda a área", disse. Segundo ela, existem processos que tramitam há anos na Justiça e uma decisão só ocorre no Supremo Tribunal Federal (STF). "Onde há processo judicializado a questão é bem demorada", reforçou.
Apesar dos avanços conquistados, as dificuldades atualmente enfrentadas são várias. No Natal do ano passado, por exemplo, focos de queimada atingiram a região da Mata Fria. "A extensão só não foi grande porque a gente conseguiu combater o fogo a tempo", comentou. As cachoeiras Véu de Noiva e Cachoeirinha enfrentam problemas com a ocupação de restaurantes.
O Parque Nacional de Chapada dos Guimarães conta com 35 brigadistas que recebem capacitação todos os anos para o combate às chamas. Neste ano, eles já começaram a fazer aceiro às margens das rodovias como a Emanoel Pinheiro, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães.
Um dos grandes incêndios registrados no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães ocorreu em 2010. O fogo teve inicio próximo ao Morro do São Jerônimo, atingiu o Mirante do Centro Geodésico, o Circuito das Cachoeiras até chegar próximo de Campo Verde (131 quilômetros, ao sul da Capital). Na época, foram consumidos em torno de 15 mil hectares.
Em média, a unidade de conservação recebe cerca de 100 mil visitantes ao ano. O parque nacional é formado por gigantescas esculturas de pedra, abriga sítios arqueológicos e espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção e endêmicas, ou seja, exclusivas do lugar. Para protegê-las, o parque foi criado em 1989. O Parna abriga ainda as nascentes de dois importantes rios do estado, o Coxipó e o Manso.
http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=433524
UC:Parque
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