WWF-Brasil e Instituto Pró-Carnívoros observam avanços importantes no monitoramento de onças-pintadas no Parque Nacional de Iguaçu

WWF - http://www.wwf.org.br - 21/12/2015
Nos últimos 20 anos, a população do maior felino do continente americano e maior predador terrestre do Brasil caiu 90% no Parque Nacional (ParNa) do Iguaçu. No entanto, ações recentes de monitoramento mostram fotos e vídeos de onças-pintadas em área com riquíssima biodiversidade da fauna e flora da Mata Atlântica, com fortes evidências de que este cenário drástico esteja se invertendo.

O WWF-Brasil, em parceria com a Fundación Vida Silvestre (Associado do WWF na Argentina) e com o Instituto Pró-Carnívoros, traçaram uma meta ousada de aumento de 20% da população regional da onça-pintada até 2020, com o objetivo de evitar que, no decorrer de 80 anos, a espécie desapareça por completo na Mata Atlântica. Graças a essa parceria, o Instituto Pró-Carnívoros obteve várias câmeras trap (traduzida em português como câmeras armadilha) que é uma das principais metodologias utilizadas para o monitoramento da espécie.

Durante o ano de 2015, várias expedições de campo foram realizadas para monitorar os animais que circulam na região de visitação pública do parque. As armadilhas foram a principal ferramenta de auxílio. O monitoramento desses animais tem como objetivo entender melhor o uso do espaço e o comportamento das onças em uma região de grande fluxo de visitação.

Os equipamentos adquiridos por meio da parceria com o WWF-Brasil foram parte essencial do trabalho realizado neste ano. "Os equipamentos foram importantíssimos para o sucesso das expedições de campo e auxiliaram enormemente na coleta de informações sobre a espécie", afirma Marina Xavier da Silva, coordenadora de campo do Projeto Carnívoros do Iguaçu.

Mas afinal, qual é o resultado efetivo deste monitoramento para o aumento do número de indivíduos no Parque Nacional do Iguaçu? Essa pergunta só pode ser respondida quando for feito o censo populacional binacional (Brasil - Argentina) da espécie, que ocorrerá em 2016. Até lá, o monitoramento das áreas pode oferecer respostas e dados importantes para a conservação da espécie.

Marina também destaca alguns progressos em prol da conservação obtidos graças ao monitoramento constante da área. "Algumas questões ambíguas e muito importantes foram averiguadas, tais como: a formação de um casal em reprodução, novos indivíduos e a presença de caçadores em trilhas utilizadas pelas onças", afirma. "Se por um lado, há motivos para comemorar o romance de um casal adulto de onças e a chegada de novos indivíduos na população; por outro lado, há motivos para preocupação, já que animais ameaçados dividem espaço com pessoas má intencionadas e fortemente armadas.".

MATA ATLÂNTICA

Pelo Programa Mata Atlântica, o WWF-Brasil trabalha pela conservação de três espécies bandeira ameaçadas de extinção, que tem como habitat natural o bioma, que são: o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), o muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides) e a onça-pintada (Panthera onca).

Esta floresta tropical é uma das mais ricas e ameaçadas do planeta, com 11,7% de sua área original sobrevivendo na região mais desenvolvida e ocupada do país e reconhecida como um dos 25 locais prioritários de conservação pelo WWF ao redor do mundo. A partir desse cenário, o Programa Mata Atlântica do WWF-Brasil trabalha com a missão de aliar o bem-estar humano à conservação da biodiversidade, qualidade e integridade do solo e dos recursos hídricos.

Na Mata Atlântica, a estimativa é de que existam apenas 250 onças-pintadas, maior felino do continente americano e maior predador terrestre do Brasil. A perda do habitat natural da espécie em razão do desmatamento para dar lugar a atividades agropecuárias ou pastagens nativas é crítica para o animal.


http://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?50102/WWF-Brasil-e-Instituto-Pr-Carnvoros-observam-avanos-importantes-no-monitoramento-de-onas-pintadas-no-Parque-Nacional-de-Iguau
Biodiversidade:Fauna

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