Prefeito de Ilhabela acusa rivais de promover armação contra ele

FSP, Cotidiano, p.C11 - 11/05/2005
Sua gestão tem sido alvo de investigação
Prefeito de Ilhabela acusa grileiros de promoverem "armação" contra ele
Fábio Amato
Da agência Folha, em Ilhabela
O prefeito de Ilhabela (217 km de São Paulo), Manoel Marcos de Jesus Ferreira (PTB), declarou ontem que está sendo alvo de uma "grande armação" montada por adversários políticos e grileiros interessados na regularização de terrenos invadidos na cidade.
Ferreira se refere às duas investigações que atingem a ele e a sua administração. A primeira, movida pelo Ministério Público, apura a acusação de que a imobiliária da qual ele é sócio, a Ilhabela Imóveis, participa da venda de lotes irregulares, parte deles em área do Parque Estadual de Ilhabela.
A segunda acusação, investigada pela Polícia Civil, aponta um suposto esquema para expedição de alvarás dentro da prefeitura.
Na semana passada, Ferreira e o vice, Antônio Carlos Cajado Simões (PL), tiveram os mandatos cassados pela Justiça Eleitoral sob a acusação de uso da máquina administrativa na campanha para as eleições municipais do ano passado, quando a dupla foi reeleita. Anteontem, uma decisão garantiu a manutenção de ambos nos cargos até que um recurso contra a cassação seja julgado pelo TRE.
O prefeito convocou ontem uma entrevista coletiva, em que negou as acusações. Ferreira disse que as denúncias partiram de adversários políticos e de grileiros que "tiveram "interesses contrariados" pela prefeitura.
"Existe um problema muito sério de ordem fundiária em Ilhabela. Os grileiros de terra querem se aproveitar da prefeitura para obter seus cadastros imobiliários e transformar isso em uma arma em ações judiciais. Desde o início da minha administração, eu sou ameaçado e pressionado."
Ferreira afirmou que os grileiros querem o cadastramento de terrenos invadidos na prefeitura para, na seqüência, entrar com ação de usucapião e obter a posse definitiva. "Fui estampado na televisão por pessoas que tinham interesse em grilagem de terra."
O prefeito chamou de "irresponsável" o laudo do Deprn (Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais), que apontou que 60% dos lotes do loteamento Jardim Siriúba 2 estariam inseridos irregularmente na área do Parque Estadual, que ocupa 85% do território de Ilhabela. A Ilhabela Imóveis é uma das imobiliárias investigadas sob a acusação de venda dos lotes irregulares.
Ferreira disse que os loteamentos do Jardim Siriúba foram aprovados entre 1975 e 1976, dois anos antes da criação do parque. Ele disse que prepara um novo laudo contestando as informações do Deprn. Segundo ele, há "alguns lotes" parcialmente inseridos na área do parque.

FSP, 11/05/2005, p. C11
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