OESP, Vida, p. A8 - 17/01/2005
Vem aí a camisinha made in Amazônia
Fábrica do Acre vai produzir, a partir de 2006, preservativo com látex da região
João Maurício Rosa
A primeira indústria de preservativos genuinamente nacionais será ativada em 2006 entre o município de Xapuri e a Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre. Com recursos do governo federal - da ordem de R$ 29,7 milhões -, a fábrica será a única do mundo a utilizar látex extraído de seringais nativos da Amazônia. Atualmente, todo o látex empregado na confecção de preservativos sai de fazendas de cultivo, especialmente do sudeste da Ásia.
A fábrica de Xapuri prevê a produção anual de 100 milhões de unidades por ano. O resultado é equivalente a um sexto do total distribuído gratuitamente por ano pelo Ministério da Saúde. Só no carnaval são distribuídas 10 milhões de unidades.
A liberação dos recursos pelo Ministério da Saúde foi anunciada pelo secretário de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável do Acre, Gilberto Siqueira. Segundo ele, a fábrica de preservativos deve gerar pelo menos 500 novos empregos. E o principal: ocupação para diversos seringueiros treinados para a extração do látex segundo padrões internacionais.
Além do apelo social e ecológico, pois vai promover o desenvolvimento de uma região extremamente pobre e preservar os seringais nativos, a indústria prevê economia de divisas para o País com a redução das importações. Atualmente, o Ministério da Saúde importa 600 milhões de unidades anuais. De acordo com Siqueira, inicialmente a fábrica será gerida pelo Estado, mas logo em seguida será repassada para a iniciativa privada em regime de concessão. As primeiras amostras, aprovadas em testes de laboratório, estão sendo distribuídas em um envelope com formato de um bolso e a marca "Preservativo Natural da Amazônia".
OESP, 17/01/2005, Vida, p. A8
Florestas:Extrativismo
Unidades de Conservação relacionadas
- UC Chico Mendes
As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.