"É absolutamente urgente ter umplano de manejo para o Parque de Chapada dos Guimarães. É preciso dar maior agilidade à sua elaboração e conclusão. O processo não pode ser tão demorado. Os entraves devem ser superados o mais rápido possível. A UFMT está pronta para assumir essa responsabilidade". Essa afirmação foi feita pelo reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Paulo Speller, sexta-feira (9), ao defender a definição de áreas que devam ser restritas ou fechadas e a reabertura imediata do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. Esta posição da UFMT foi levada, hoje à tarde, durante a terceira reunião do Conselho Consultivo, no auditório do Centro de Visitantes, no Véu de Noiva, pelo representante da Instituição, Prof. Eduardo Guimarães Couto, que, juntamente com o reitor, é membro desse Conselho.
Speller considera inaceitável o fechamento do parque nacional para visitação, após o acidente com turistas ocorrido, no dia 21 de abril, com o desmoronamento de parte do paredão da cachoeira Véu de Noiva. A exemplo do que acontece em outros parques nacionais do país, ele aceita e sugere o fechamento ou restrição de áreas em os visitantes correm riscos. A área do Véu de Noiva é uma delas. Preocupado com os danos que o tráfego de veículos pesados possam causar nas estradas do parque nacional e principalmente no viaduto do portão de inferno, o reitor Paulo Speller defende a realização de estudos específicos sobre o assunto. A UFMT está disponível para realizar esse trabalho. De imediato, o reitor sugere a restrição preventiva ao tráfego desse tipo de veículos até a conclusão dos estudos.
Criado em 1o de fevereiro de 2008, portaria no 6/08, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o Conselho Consultivo Parque Nacional de Chapada dos Guimarães é formado por 21 membros, sendo 11 instituições governamentais e dez não governamentais. Tem por finalidade contribuir com a implantação e implementação de ações destinadas à consecução dos objetivos de criação dessa Unidade de Conservação.
Reconhecida pela sociedade mato-grossense como estratégica para o desenvolvimento sustentável do Estado, a Universidade Federal de Mato Grosso dispõe de todos os recursos técnicos e científicos para acelerar o processo de elaboração de conclusão do Plano de Manejo da Unidade de Conservação (UC). Esse documento técnico estabelece as normas de uso da área e o manejo dos recursos naturais, determinando as diretrizes gerais para implementação da Unidade. A maioria dos trabalhos de pesquisas no parque nacional de Chapada dos Guiamarães envolve pesquisadores da UFMT, de diferentes áreas do conhecimento. A UFMT detém todas as ferramentas técnicas e científicas necessárias para fazer o diagnóstico - aspectos históricos, ambientais, socioeconômicos e institucionais-, análise da situação atual, zoneamento e planejamento, dentros outros aspectos que requer um plano de manejo.
Ato público Responsáveis pela administração do Parque Nacional de Chapada do Guimarães, considerada a Meca do ecoturismo em Mato Grosso, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, têm o papel de administrar com responsabilidade, pois são investidos recursos e os reflexos negativos no turismo e comércio de Cuiabá e Chapada dos Guimarães são significativos.
Em resposta ao fechamento do parque, empresários, comerciantes e representantes do poder público municipal de Chapada dos Guimarães interditaram ontem (8) a rodovia Emanuel Pinheiro (MT-251) para protestar contra os prejuízos causados ao turismo e ao comércio da região. Os manifestantes chamaram a atenção para a gravidade da situação, com danos financeiros e sociais à população. Criado por meio do Decreto 97.656/89, o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães é uma das principais portas de entrada de turistas no Estado de Mato Grosso e no país.
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