O Parque Nacional da Serra do Itajaí (PNSI), em Santa Catarina, está totalmente isolado devido aos estragos provocados pelas chuvas que atingiram grande parte do estado nos últimos dias. Assim como o resto da região, a unidade de conservação foi parcialmente destruída em decorrência dos diversos deslizamentos de morros e encostas. As estradas de acesso foram bloqueadas pela lama, deixando pelo menos dez famílias que residem em seu interior impossibilitadas de saírem do local.
Para auxiliar no socorro aos catarinenses, o helicóptero do ICMBio/Ibama foi acionado pelos analistas ambientais do Parna e fez o resgate de 12 pessoas que estavam em áreas consideradas críticas. A aeronave também assiste, levando alimentos, remédios, água potável e roupas, vítimas que ainda permanecem no interior do Parque ou moram nos municípios que o abrangem.
O apoio aéreo tem amenizado a dor e evitado perdas ainda maiores. "Diferentemente de outras enchentes que já enfrentamos, dessa vez a terra cedeu e destruiu casas, rede elétrica, pontes e estradas, isolando comunidades inteiras. Por isso, os helicópteros têm sido fundamentais, pois somente por meio deles é possível levar ajuda e retirar as pessoas dos locais mais atingidos", explica o chefe do PNSI, Fábio André Faraco.
O analista relata que não houve vítimas fatais no interior da unidade. Mas, na zona do entorno do Parque mais de cem pessoas morreram e cerca de 78 mil estão desabrigadas. Além do helicóptero, dois veículos 4X4 do Parna foram cedidos para a Defesa Civil de Blumenau para auxiliar no trabalho de resgate em áreas onde é possível chegar por terra. Os veículos foram equipados com cones de sinalização, pás, enxadas e moto-serra.
De acordo com Faraco, no interior do Parque, o cenário é de destruição. "A região destinada a visitação foi extremamente afetada pela queda de barreiras e desbarrancamento de rios, que tiveram o curso modificado, alterando drasticamente a paisagem", lamenta. "Estamos em uma área de montanhas. Somente os morros que preservam a floresta primária resistiram. Os locais reflorestados vieram abaixo", relata.
Os vigias do PNSI estão impedidos de chegarem aos seus postos de trabalho, alguns conseguiram escapar da morte por muito pouco. O chefe do Parna afirma que não foi possível calcular os prejuízos. "A melhor das previsões é de que os acessos estarão desimpedidos daqui há dois meses, se as chuvas derem trégua. O drama humano é tão grande que ainda não paramos para contabilizar os danos materiais. Não temos idéia de quando o Parque será reaberto para visitação", adianta Faraco.
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