FSP, Brasil, p. A9 - 22/12/2008
Reserva já teve 3.000 hectares devastados
Da agência Folha
Da agência Folha, em Belém
Uma operação com apoio policial realizada em meio às homenagens a Chico Mendes na reserva extrativista que leva seu nome colocou em evidência problemas vividos nos seringais idealizados pelo ativista.
O governo federal, por meio do Ibama e da Polícia Federal, promete embargar áreas onde forem identificados desmatamentos e criações de gado acima do permitido na Reserva Extrativista Chico Mendes, criada há 18 anos. Na operação, que notificou 28 famílias em situação irregular e deu prazo para retirada ou adequação às regras, foram encontradas mais de 4.000 cabeças de gado e quase 3.000 hectares desmatados.
A ação provocou reação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, que já foi presidido por Chico Mendes.
"Tudo o que o governo não regulou quer fazer agora de uma vez", diz Dercy Teles de Carvalho, presidente do órgão.
Ela critica a ausência de esclarecimento sobre regras de uso e manejo nas reservas e as multas aplicadas. Diz que os seringueiros optam pela pecuária por questão de sobrevivência, já que o preço pago pela borracha -R$ 4,10 o quilo- é baixo.
Sebastião Santos, chefe do posto do Instituto Chico Mendes, órgão federal, na reserva, diz que a operação é contra desmatadores. Segundo ele, 80% das 1.800 famílias do local vivem em situação legal.
Para a historiadora Benedita Maria Gomes Esteves, da Universidade Federal do Acre, autora de estudos sobre a reserva, o problema é que as unidades estão cercadas por grandes fazendas. "A população está sucumbindo em ilhas. Não foi feito trabalho, por parte do governo, para minimizar o impacto em torno das áreas". Ela critica a extinção da Secretaria do Extrativismo e a falta de projetos com universidades. Procurado, o governador Binho Marques (PT) não respondeu aos pedidos de entrevista. (MP e JCM)
FSP, 22/12/2008, Brasil, p. A9
UC:Reserva Extrativista
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