Mais e melhores parques

Mais e melhores parques

A preocupação com as áreas públicas para recreação, lazer e prática de esportes ao ar livre ganha corpo à medida que uma sociedade amadurece e se desenvolve. O retrato dos parques da cidade de São Paulo revela uma realidade ainda muito longe da ideal, seja no volume dessas estruturas, seja na sua distribuição geográfica.
A partir de estudo do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva, que avaliou 41 parques municipais e estaduais da capital, pode-se inferir uma incômoda correlação. Em geral, quanto mais populosa e pobre a região da cidade, menos acesso ela tem a esse recurso -e piores são os parques à sua disposição.
Com 4 milhões de habitantes, a zona leste da capital conta com apenas sete parques. Quatro deles figuram entre os mais mal avaliados no estudo, que verificou basicamente o estado de conservação dos equipamentos à disposição do público. Uma carência semelhante ocorre na populosa zona sul.
A prefeitura planeja sanar, em parte, esse desequilíbrio. Seu programa de implantação de novos parques promete privilegiar as regiões sul e leste, bem como as franjas da zona norte, a fim de proteger a vegetação na serra da Cantareira. O prefeito Gilberto Kassab fala em dobrar, até o fim da gestão, os 50 parques municipais existentes, ampliando a área ocupada por essas instalações de 23 milhões para 50 milhões de metros quadrados -o equivalente a 3% da área do município.
Cumprida a promessa e contabilizada a superfície de parques estaduais na capital -excluída a reserva florestal intermunicipal da Cantareira-, essa cifra chegaria a cerca de 5%. A título de comparação, o Departamento de Parques e Recreação de Nova York administra uma área equivalente a 14% da cidade, um conjunto de 1.700 unidades, entre parques e outras estruturas de lazer.
São Paulo, portanto, precisa acelerar ainda mais o passo rumo à construção de mais parques, sem descuidar da manutenção dos existentes.

FSP, 26/01/2009, Editoriais, p. A2

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