Parque Nacional da Serra dos Órgãos é recordista em pesquisas pelo quarto ano consecutivo

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 16/02/2009
O Parque Nacional da Serra dos Órgãos, que tem sede em Teresópolis, no Estado do Rio, é, pelo quarto ano consecutivo, a unidade de conservação com o maior número de pesquisas científicas no País. Em 2008, foram liberadas 50 autorizações - um crescimento de 257% em relação a 2004. Esse avanço, segundo a direção do parque, é resultado de uma relação mais próxima com as instituições de pesquisa, maior agilidade na análise de projetos e melhoria da infraestrutura da unidade, que dispõe de laboratório, herbário, biblioteca, sala de geoprocessamento e um novo alojamento para os pesquisadores, inaugurado no ano passado.

As pesquisas vão desde espécies ameaçadas da fauna e da flora a levantamentos sobre dados históricos e sociais das comunidade residentes no entorno da unidade. Recentemente, pesquisadores descobriram rastros da onça pintada no interior do parque. No momento, eles investigam os hábitos da onça parda e do muriqui (macaco), outras duas espécies em perigo de extinção. Há pesquisas também de flora em área remota e de flora endêmica, que ocorre exclusivamente na Pedra do Sino, o ponto mais alto do parque. "É um trabalho muito diversificado", diz Ernesto Viveiros de Castro, chefe do parque.

Os dados fazem parte do relatório de prestação de contas das atividades de 2008, apresentado pela direção do parque ao conselho consultivo. Os destaques do ano foram a ampliação da área total do parque, a publicação do novo plano de manejo e o investimento em estrutura para visitantes por meio do Programa de Turismo nos Parques, mantido pelos ministérios do Meio Ambiente e do Turismo. Outro destaque foi o aumento significativo do número de operações de fiscalização.

ÁREA AMPLIADA - A ampliação do Parque Nacional da Serra dos Órgãos foi assinada em 13 de setembro do ano passado pelo presidente Lula, durante evento em Petrópolis (RJ). O parque teve sua área quase dobrada de 10.600 ha para 20.030 ha após estudos detalhados e ampla participação da população. A proposta de ampliação teve quase 2 mil hectares acrescidos durante a consulta pública.

Ainda segundo a direção do parque, a aprovação do novo plano de manejo também foi uma conquista importante em 2008, já que o plano antigo era de 1980 e não era mais utilizado. O novo plano foi o primeiro no País a ser produzido pela própria equipe da unidade de conservação (UC) e teve ampla participação de montanhistas, pesquisadores, ONGs e comunidade, além do acompanhamento da administração central do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão que cuida das UCs federais.

Ao ser escolhido entre os parques prioritários do Programa Turismo nos Parques, o Serra dos Órgãos recebeu cerca de R$ 3,5 milhões de investimentos em infraestrutura, que incluem a construção do abrigo de montanha do Açu, a nova trilha suspensa, recuperação do Museu Von Martius, nova sinalização bilíngue, reforma da piscina natural, dos banheiros, portarias, garagens, campings e vias internas.

Os investimentos em implantação se somarão aos novos centros de visitantes de Teresópolis e Petrópolis, construídos com recursos de compensação ambiental. Em 2008 foi inaugurada também a Trilha cartão Postal, que proporciona um novo ângulo das montanhas da Serra dos Órgãos.

PROTEÇÃO - De acordo com o relatório anual, a implementação das atividades de proteção previstas no plano de manejo e o reforço da equipe, com a chegada de novos analistas ambientais, resultaram em um crescimento de 70% no número de autos de infração (73 em 2008 e 43 em 2007). O valor total das multas aplicadas em 2008 chegou a R$ 3.127.800,00.

Na área de manejo foram iniciados os trabalhos de levantamento e remoção de espécies vegetais exóticas. Outra importante ação de 2008 foi a assinatura de um Termo de Compromisso com a concessionária - a CRT - que opera a rodovia Rio-Teresópolis (BR-116) para mitigação dos danos que a estrada causa nos 10 quilômetros que cortam o Parque.

O acordo com a CRT garantiu o monitoramento de fauna atropelada, da poluição sonora, hídrica e atmosférica e várias ações mitigadoras e compensatórias, como a recuperação de áreas degradadas, controle do acesso às trilhas, apoio a projetos de pesquisa e educação ambiental e fornecimento de equipamentos.

Apesar de todas essas iniciativas, houve uma redução no índice de visitação. Em 2007, foram 113 mil visitantes e, em 2008, pouco mais de 80 mil. A queda pode ser atribuída ao grande número de dias chuvosos em 2008 (choveu quase todos os dias em janeiro, fevereiro e dezembro, meses de alta estação). Além disso 2008 teve poucos feriadões, o que afeta o turismo de maneira geral.
UC:Parque

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