O príncipe Charles, herdeiro da Coroa britânica, visitou neste sábado (14) projetos ambientais em Santarém, no oeste do Pará, onde teve um encontro com a governadora Ana Júlia Carepa, pesquisadores e lideranças locais. Ele chegou à cidade no início da tarde e foi de carro até a vila de Alter do Chão, a 30 km da sede do município.
De lá, o príncipe seguiu de barco ao município vizinho de Belterra, onde visitou a Floresta Nacional do Tapajós. O governador do Amapá, Waldez Góes, também participou da programação, a convite da governadora Ana Júlia.
Bilhões de dólares serão investidos na manutenção das florestas tropicais do mundo, por meio de um mecanismo global, com a ajuda de países como a Inglaterra, disposta a contribuir com o desenvolvimento sustentável.
Em Belterra, ao lado da governadora do Estado, o príncipe visitou a comunidade do Maguari e conheceu detalhes do Projeto Barco Saúde & Alegria. Antes disso, Ana Júlia conversou com nove lideranças comunitárias e realizou, junto com o presidente do Banco do Estado do Pará (Banpará), Edilson Rodrigues, a entrega de 20 Cred Pará, o crédito especial de incentivo a pequenos empreendedores, dentro nova política de microcrédito solidário do Estado.
Exatamente às 13h30, o príncipe Charles embarcou no barco Ana Beatriz, acompanhado de uma comitiva de cerca de 30 pessoas, entre elas o embaixador britânico no Brasil, Alan Charlton; membros da imprensa inglesa, além de representantes do Ministério das Relações Exteriores e do Consulado do Itamaraty.
Tasso Azevedo, diretor do Serviço Florestal Brasileiro, presente na comitiva, explicou que, por meio de um mecanismo global de investimentos, baseado na quantidade da emissão de gás carbônico na atmosfera, países tropicais receberão benefícios de outros países.
No Brasil, o valor será gerenciado por meio do Fundo Brasileiro Amazônico, que possui sete áreas de atuação, como as áreas protegidas. Ele lembrou ainda os desafios específicos de uma região com a dimensão territorial da Amazônia.
Até a reunião de Copenhagen (Dinamarca), em dezembro deste ano, será definido o volume destes investimentos, garantiu Azevedo, destacando que a Noruega já garantiu ao Brasil, para 2009, U$100 milhões.
Sustentabilidade - A visita do príncipe à região paraense do Baixo Amazonas foi também uma resposta ao convite feito pela governadora Ana Júlia quando ela esteve em Londres, em abril do ano passado. Charles demonstrou interesse nas políticas ambientais do Estado, principalmente no 1 Bilhão de Árvores para a Amazônia, maior programa mundial de reflorestamento.
Desenvolvimento sustentável, gestão de recursos naturais e cooperação global para proteção do patrimônio ambiental são preocupações do príncipe Charles, que há décadas trata dos temas por meio da fundação que dirige, a Prince's Rainforest Project (Os Projetos de Florestas Tropicais do Príncipe).
A comunidade do Maguari, em Belterra, é uma das que recebem apoio da fundação, que investe em projetos de captação de energia solar, com benefícios para uma média de 70 famílias habitantes do local.
Os moradores de Maguari têm no artesanato uma das principais fontes de renda. A partir do latéx, matéria-prima da borracha, artesãos constroem miniaturas, enfeites e acessórios (bolsas, colares, pulseiras etc). O resultado deste trabalho foi mostrado ao príncipe que, atendendo ao convite da governadora, também ensaiou alguns passos de carimbó, ritmo característico do Pará. Em seguida, junto com a comitiva, eles fizeram uma breve caminhada na Floresta do Tapajós.
Depois de quase 20 anos, o príncipe retorna ao Pará, onde esteve em 1991, ocasião em que visitou a Serra dos Carajás. Esta foi a quarta vez de Charles no Brasil; a primeira com sua esposa, Camilla, que permaneceu em Manaus (AM), para onde Charles retornou ao final da tarde. Neste domingo (15), o príncipe e a esposa deixam o país.
Flona - Floresta Nacional é uma área composta essencialmente por espécies nativas e que tem como objetivo essencial o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica voltada para a exploração sustentável, permitindo a permanência de população tradicional já existente no local. Situada no oeste paraense, a Floresta Nacional do Tapajós é uma unidade de conservação criada por decreto, em 1974.
Com área aproximada de 545 mil hectares, administrada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), a Flona do Tapajós inclui os municípios de Belterra, Aveiro, Rurópolis e Placas. Os acessos à floresta podem ser pela BR-163, partindo do município de Santarém, ou pelo Rio Tapajós.
Dentro do novo modelo de desenvolvimento do governo do Pará, baseado na intensificação do uso da tecnologia a produtos e processos, três Parques de Ciência e Tecnologia (PCT) estão em fase de construção no Estado, seguindo a vocação econômica de cada região: os Parques Guamá, em Belém; Tocantins, em Marabá; e Tapajós, em Santarém. O PCT Santarém está direcionado às tecnologias da madeira, agricultura tropical, pesca e aquicultura.
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