A Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, em Santa Catarina, realiza no próximo sábado (25), em Florianópolis, mais uma oficina de capacitação sobre encalhes e emergências com animais marinhos. A oficina é gratuita e aberta a todos os interessados. No sábado passado (18), foi realizada uma primeira oficina em Criciúma. Ações como essa são promovidas corriqueiramente pela chefia da APA nos municípios do entorno da unidade.
O objetivo principal da oficina é envolver moradores, pescadores, ONGs, empresas e prefeituras no resgate dos animais marinhos, que no inverno aparecem em grande número nas praias do litoral sul de SC.
"Além das informações detalhadas sobre o atendimento a encalhes de baleias, golfinhos e lobos-marinhos, neste ano incluímos a capacitação sobre aves marinhas, como pingüins e outras, e ainda as tartarugas marinhas", afirma a veterinária e analista ambiental da APA da Baleia Franca, Patrícia P. Serafini.
Este trabalho vem sendo desenvolvido com apoio de centros especializados como o Centro de Pesquisa para a Conservação de Aves Silvestres (Cemave), Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA) e Centro Brasileiro de Proteção e Pesquisa das Tartarugas Marinhas (TAMAR).
Ao longo de 2008 foram realizadas três oficinas para 57 representantes de organizações comunitárias. Dessa maneira, a APA contou com grande participação da sociedade no ano passado no resgate dos quase 500 animais marinhos encontrados na região.
O material didático usado na capacitação traz textos sobre as espécies prováveis de encalhe na região, tipos de doenças e quais os procedimentos corretos para auxiliar o animal e preservar a saúde humana.
A capacitação é importante para evitar erros comuns como a alimentação inadequada dos animais, devolução à água causando hipotemia, limpeza das penas de pingüins com produtos impróprios, entre outras ações perigosas para a saúde dos animais e das próprias pessoas. O documento sugere que, ao encontrar animais marinhos, se acione os órgãos competentes como a APA e a Polícia Ambiental.
A partir das oficinas, o Protocolo de Atendimento a Animais Marinhos no Interior da APA está sendo elaborado coletivamente, com a contribuição dos participantes das palestras.
A APA da Baleia Franca e entidades parceiras como a Polícia Ambiental, ONG R3 Animal, Projeto Baleia Franca, UNESC e Alaram realizaram em 2008 pronto atendimento aos animais marinhos ou estudo de carcaças nos nove municípios que fazem parte dos 130 km da unidade de conservação. Os animais receberam os primeiros socorros na sede da APA, em Imbituba e, depois, foram levados para reabilitação no Centro de Triagem de Animais Selvagens (Cetas), em Florianópolis.
Segundo Patrícia P. Serafini, o número de pingüins encontrados nas praias da APA em 2008 foi muito maior do que em anos anteriores, e a taxa de sobrevivência dos animais vivos resgatados ficou acima de 95%. "Entretanto, muitos dados úteis para pesquisas foram perdidos com a contagem apenas de parte dos animais encontrados já mortos. Nesse sentido, o apoio da comunidade para trazer informações é decisivo", afirma a analista ambiental da APA da Baleia Franca.
UC:APA
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