Distrito Federal será a primeira unidade da federação a ser mapeada. Equipes vão medir diâmetro e altura das árvores, identificá-las, colher amostras de solo e de material botânico
A riqueza das florestas brasileiras começará a ser mapeada em todo o território nacional a partir do Distrito Federal. É nessa unidade da federação que terão início as primeiras medições do Inventário Florestal Nacional (IFN), iniciativa coordenada pelo Serviço Florestal Brasileiro.
O treinamento das equipes e as atividades de campo no Distrito Federal estão previstas para começar em janeiro de 2011 e durar três meses. Durante esse período, 25 estudantes ligados à Universidade de Brasília - uma das parceiras do Serviço Florestal na execução do IFN - visitarão 67 pontos de amostra distantes 10 quilômetros uns dos outros.
O trabalho envolverá o levantamento do número de árvores, medições do diâmetro e da altura delas e identificação das espécies encontradas num raio de 50 metros do ponto central de referência. Também haverá coleta de solo, de material botânico e entrevistas com moradores para conhecer sua relação com a floresta. A ideia é que, tanto no Distrito Federal quanto nos outros estados, seja visitado um ponto por dia.
Informações Atuais
O coordenador do IFN e gerente de Informações do Serviço Florestal, Joberto Freitas, diz que o Inventário vai mostrar a quantidade de florestas do DF e nos estados. O levantamento permitirá a comparação entre esses dados e os do único inventário feito no Brasil, na década de 1980, que tinha como foco apenas um dos aspectos do atual IFN, o estoque de madeira. "Vamos ter informações que naquela época não eram importantes, como a quantidade de biomassa e carbono, fundamentais em tempos de mudanças climáticas", afirma.
Outra vantagem será a obtenção de dados em locais que ainda não foram objeto de estudo. "No DF, temos uma cobertura de informações muito boa com relação a algumas áreas, principalmente unidades de conservação, mas com o IFN vamos atingir áreas que nunca foram inventariadas", afirma a professora do Departamento de Engenharia Florestal da UnB, Alba Valéria Resende, que vai coordenar as atividades no Distrito Federal.
No Distrito Federal, dois locais terão um tratamento diferenciado, Brazlândia e o Parque Nacional de Brasília, que têm cobertura florestal bem preservada. Neles, a distância dos pontos de amostragem será de apenas cinco quilômetros. A média nacional será de 20 quilômetros. "Queremos mostrar que o Inventário pode gerar informações confiáveis em áreas pequenas", diz Joberto Freitas. O mesmo pode ser feito em outros estados.
Para o diretor de Concessão Florestal e Monitoramento do Serviço Florestal, José Natalino Silva, que participou do primeiro inventário florestal do Distrito Federal, feito no início dos anos 1970, antes mesmo do primeiro inventário nacional, o lançamento foi um momento especial. "Voltar 40 anos depois [para essa atividade] é uma oportunidade rara que o Brasil tem para ver o que aconteceu com as florestas do DF quatro décadas depois."
Estados
Além do Distrito Federal, o Serviço Florestal já estabeleceu parcerias com os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Sergipe para a realização do Inventário, o que ajudará na disponibilização de recursos e no acompanhamento do trabalho de campo. Santa Catarina, que já começou o levantamento dos seus recursos florestais, adotou a metodologia do IFN para integrá-los à base nacional que será formada.
http://ifn.florestal.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=156:levantamento-dos-recursos-florestais-do-df-deve-comecar-em-janeiro&catid=42:rokstories
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