O Globo, Rio, p. 21 - 04/02/2011
Plantio de 2,6 milhões de árvores para compensar emissões de gases
Parque do Carbono fica em área degradada do Maciço da Pedra Branca
Cláudio Motta
A área mais degradada do Parque estadual da Pedra Branca, a maior floresta urbana do mundo, ganhará 2,6 milhões de mudas. O plantio começará oficialmente hoje, às 10h, na vertente norte do parque, em Piraquara, Realengo. Dessa forma, a Secretaria estadual do Ambiente (SEA) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) tiram do papel o chamado Parque do Carbono, que terá 1,3 mil hectares.
A ideia é que, com o crescimento das árvores, seja feita a compensação no estado de grandes emissões de gases que provocam efeito estufa. Além disso, o estado se comprometeu a plantar, até 2014, 24 milhões de árvores.
A primeira etapa vai cobrir 204 hectares com mais de 50 espécies nativas. O diretor de Biodiversidade do Inea, André Ilha, explica que o trabalho será feito pelo Instituto BioAtlântica, incluindo a capacitação de moradores, aquisição de mudas, plantio e monitoramento do local por três anos. Os custos são pagos pela Petrobras, compensando as emissões do campo Lula de Pré-Sal.
- A face norte dos morros do Rio costuma ser a mais degrada - diz André Ilha.
O Secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, revela que as próximas etapas do Parque do Carbono já estão garantidas. A compensação pela construção do Arco Metropolitano vai gerar o plantio de 1,2 milhão de mudas. E um contrato firmado com o BNDES, aprovado na última segunda-feira, será responsável por mais um milhão:
- Nossa contrapartida será aumentar os guarda-parques e a retirada de espécies invasoras.
O Parque da Pedra Branca terá seus limites alterados.
Criado em 1974, o critério para sua demarcação é hoje considerado equivocado por André Ilha: faz parte do Parque todo o maciço da Pedra Branca acima da cota cem (mais do que cem metros de altura). Isso deixou de fora áreas importantes, como Prainha e Grumari.
O Instituto Ipê, de São Paulo, ganhou, na semana passada, a licitação de R$ 283,2 mil para apresentar o plano de manejo (que indica como deverá ser o uso do parque). Daqui a nove meses, o trabalho terá que ser concluindo. Incluindo a proposta dos novos limites do parque estadual.
- Não posso dizer se o parque ficará menor ou maior, mas certamente a proposta vai excluir áreas hoje ocupadas e incluir partes fundamentais do ponto de vista ambiental que não estão contempladas. O estudo vai fundamentar um projeto de lei, o instrumento legal para a mudança dos limites do parque - explica André Ilha.
O Globo, 04/02/2011, Rio, p. 21
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