Crescimento ordenado: o futuro do parque

OESP, Viagem, p. V5 - 09/03/2004
Crescimento ordenado: o futuro do parque
Governo investe em infra-estrutura enquanto o Ibama tenta impedir degradação

Autoridades estaduais e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tentam pôr ordem no desenvolvimento da região dos Lençóis Maranhenses. As principais ameaças ao parque, criado em 2 de junho de 1981 por decreto federal, são a degradação e o crescimento desordenado de cidades e comunidades que o cercam. Há alguns anos, o Ibama proibiu a entrada de carros a partir de determinado ponto no trecho de Barreirinhas, principal porta para os Lençóis.
Para acomodar o número crescente de turistas, o Estado diz estar investindo na infra-estrutura. "Tivemos um período de adaptação com a demanda em Barreirinhas", conta o secretário de Desenvolvimento do Turismo, Airton Oliveira de Abreu. "Estamos trabalhando aceleradamente para aperfeiçoar as condições da cidade e, assim, consolidar o marketing internacional da ligação de Barreirinhas com os Lençóis."
Segundo o secretário, há um grande número de obras em andamento, como o sistema de água e esgoto, medida essencial para poder receber com mais qualidade os turistas brasileiros e estrangeiros. O local possui bons hotéis e pousadas e um resort bastante charmoso e confortável, que está em fase de expansão.
Símbolos[/INTERTITULO] - Muitos desses estabelecimentos levam o nome de dois símbolos dos moradores barreirinhenses: o buriti, uma palmeira que pode chegar a 50 metros de altura, e o Rio Preguiça, que proporciona um passeio com barquinhos a motor dos mais agradáveis.
Não é à toa que o buriti seja tão cultuado pelos habitantes. Ele tem 100% de aproveitamento. Das folhas da palmeira é produzido o artesanato local, uma infinidade de belas peças. Servem também para cobrir as casas da região. O tronco é utilizado como palmito comestível e na construção de casas e canoas. Da casca da palmeira é produzido o óleo de polpa da fruta, ideal para doces, sucos e geléias.
Já em relação ao Rio Preguiça há duas versões para o nome. Quando da colonização européia, havia muitas preguiças em seus cerca de 150 quilômetros de margens. Daí a denominação. A outra seria a correnteza lenta do rio que lembraria os movimentos do animal.
As duas versões são validadas pelos historiadores, mas o mais importante é navegar pelo Rio Preguiça com as "voadeiras", assim denominados na região os barcos a motor. Podem ser vistas no decorrer do leito muitas embarcações típicas do Maranhão ancoradas nas margens.
Comunidades[/INTERTITULO] - Há uma grande variedade de árvores ribeirinhas de grande porte, como o buriti e outras palmeiras típicas de regiões alagadas. Uma delas, muito conhecida dos brasileiros, é o açaí, ou melhor, juçara, segundo os maranhenses. Na descida do rio, há várias comunidades de pescadores. Algumas delas chegam a reunir apenas seis famílias encravadas em meio às dunas.
Antes de se chegar na foz do rio, na cidade de Caburé, há um grande farol, que fica na vizinha Mandacaru. Uma visita ao farol faz parte de qualquer roteiro turístico por lá. Ao término da subida de seus 140 degraus tem-se uma bela vista do rio, das duas cidades e do mar.
A travessia de Mandacaru a Caburé leva menos de 10 minutos. Há boas pousadas situadas numa faixa de duna entre o rio e o mar. Existem ótimas opções para se praticar esportes náuticos, além de ser possível fazer uma boa pescaria.
A partir de Caburé é possível percorrer os Pequenos Lençóis, passando por Alazão, Espadarte e Morro do Boi. (C.C. e G.V.)

OESP, 09/03/2004, Viagem, p. V5


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