Descubra o Brasil que poucos conhecem

Bem Paraná - http://www.bemparana.com.br/ - 17/02/2015
Como todo viajante já descobriu, viajar pelo Brasil em geral é mais caro do que ir para o exterior. E não é só: as distâncias são imensas, as estradas normalmente são uma aventura, a infra estrutura pode ser precária. Alguns destinos, importantes e interessantes, estão sendo mais conhecidos pelos estrangeiros do que pelo próprio brasileiro. O Amazonas, por exemplo. Xingó, Parque Nacional da Chapada Diamantina, Inhotim. E nem pense que o dólar subindo diariamente, vai tornar mais baratas as viagens pelo nosso país: tudo acompanha a inflação, o aumento de tarifas, o preço da gasolina, da luz, da condução, dos alimentos. No entanto, viajar é melhor do que gastar na farmácia e no consultório médico. Cuide-se, então.

ILHA DE MARAJÓ

Situada no rio Tapajós, afluente do Amazonas, Alter do Chão foi fundada no século XVII por um colono português.

É onde as águas se encontram e o Amazonas chega ao mar. O delta gigantesco mostra o fenômeno das águas doces e salgadas e Marajó é a maior ilha de água doce do mundo. A riqueza da flora e da fauna torna a região o lugar privilegiado para quem estuda as espécies sul americanas: íbis vermelho, papagaios, anacondas, flamingos rosados e, em especial, uma raça de cavalos que ficou ambientada às águas salgadas.

Os marajoaras encontram refúgio na ilha, encoberta por uma floresta tropical quase inacessível. As cidades principais são Salvaterra e Soure. Em Salvaterra o porto Camará recebe os barcos e ferry boats que chegam de Belém. Para chegar até a ilha a outra opção é utilizar os pequenos aviões de linha regional. Da praia Johanes segue-se de carro até Soure, depois de cruzar o rio no pequeno ferry.

Os locais - e os turistas - aproveitam as praias de areias brancas e finas. Em Pesqueiro e Araruna, para pegar o bronzeado e curtir a culinária local. Conforme a época do ano, as praias têm ou água do mar, ou água do rio. Em ambas as cidades o visitante vai encontrar búfalos por toda parte. Eles chegaram à ilha no século 19, vindos da Índia. O destino seria a Guiana, mas o barco afundou na costa de Marajó.

Os búfalos ficam pelas ruas, puxam carroças de mercadorias, são a montaria da polícia local. E aparecem até na mesa, nos pratos da culinária da região, com os famosos bifes ou o sempre procurado queijo de búfala.

ALTER DO CHÃO

Contornada por belas praias de areia branca que margeiam a lgauna de águas turquesa, a pequena cidade de Alter do Chão, no norte do Brasil, fica no Estado do Pará. É o lugar mais do que perfeito para quem quer curtir beleza natural e ainda ter a sensação de que está em uma ilha. O jornal britânico The Guardian elegeu a praia como a mais bonita do Brasil.

Além das belezas naturais, tem como atrações o encontro das águas do Tapajós com as do Amazonas, sem se misturarem; o Lago de Maicá, um espelho de água lotado de pássaros; a Floresta Nacional do Tapajós, com suas comunidades ribeirinhas. Todos os

anos a cidade vive a festa Sairé, que faz referência ao boto rosa que vive em água doce. A festa é realizada na segunda semana de setembro e acolhe turistas de vários outros Estados. Sairé é a mais antiga manifestação cultural do Amazonas e acontece há mais de 3 séculos, mantendo até hoje o simbolismo e autenticidade.

O símbolo é um semi círculo de cipó torcido, enfeitado de flores e fitas coloridas. No centro, 3 cruzes e no topo delas, uma outra. Juntas representam o mistério da Santíssima Trindade. No alto, Deus. Fazendo parte do conjunto, a pomba é o Espírito Santo. O estandarte vai na frente da procissão, sempre carregado por uma mulher - a Sairapora.

Nos dias de festa, o estandarte é fincado na areia da ilha que surge em período de seca. Misturando elementos religiosos e profanos, com vários rituais e danças. São muitas as manifestações folclóricas, incluindo uma disputa coreográfica entre os habitantes, divididos em duas clans na ocasião.

Na segunda feira acontece a "varrição da festa" , com a derrubada de mastros, o marabaixo, a quebra da macaxeira e a "cecuiara", com almoço de confraternização. Tudo termina à noite, com a festa dos barraqueiros.

CAPIVARA

A mais antiga prova da existência humana nas Américas fica junto de São Raimundo Nonato. O parque tem mais arte rupestre do que qualquer outro sítio no mundo e já foram catalogados 30 mil exemplares. A pedra mais antiga foi qualificada como tendo 26 mil anos antes de Cristo. Ou seja: é seis vezes mais antiga do que as pedras de Stonehenge na Grã Bretanha, ou as pirâmides do Egito.

Historiadores e cientistas calculam que as pinturas datam de 10 mil a 4 mil anos antes de Cristo. Há quem diga que os habitantes chegaram na região há mais de 60 mil anos.São 48 sítios arqueológicos e 14 rotas para turistas. Dá para chegar até lá de ônibus, partindo de Teresina.

Quem vai ao Piaui apenas para visitar o parque, geralmente prefere utilizar o avião até Petrolina (Pernambuco) e seguir de ônibus. O museu do Parque Nacional fica em São Raimundo Nonato. Em 2008 o Guia Quatro Rodas já considerava a PI-140, estrada que leva ao Parque Nacional, como uma das piores estradas do Brasil, país que não pode se orgulhar muito de seu sistema rodoviário. Assim, a aventura começa muito antes de chegar ao parque. Consulte www.ufpi.br-serra-capivara.php

Inscrito em 1991 como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, o Parque Nacional Serra da Capivara tem como destaque as pinturas rupestres de mais de 25 mil anos. No nordeste do Brasil, o parque do Piauí é testemunho excepcional da mais antiga comunidade da América do Sul.

A atração mais famosa é a Pedra Furada que, além das pinturas, tem um arco que mostra as mudanças geológicas da terra. Os 300 sítios arqueológicos continuam em estudos.

INHOTIM

O maior museu do mundo a céu aberto é famoso por concentrar arte contemporânea e jardim botânico, uma aliança perfeita e única no planeta. Para visitar Inhotim como se deve, seriam necessários vários dias. Construído em um terreno de 120 hectares, perto da cidade de Brumadinho, está a 400 quilômetros do Rio de Janeiro. Lá funcionam também um centro de pesquisas, um hotel e vários restaurantes. O lugar é perfeito para iniciar uma descoberta das belezas e história do Estado de Minas Gerais, procurando vilas cheias de charme e cidades da época colonial.

XINGÓ

Navegar entre as falésias e paisagens impressionantes do rio São Francisco, pode ser uma experiência única. Desde que haja água, é claro, e não esteja em período agudo de sêca. No Estado de Sergipe, o Canyon Xingó tem importância histórica pela descoberta de traços arqueológicos de mais de 8 mil anos, deixados pelos antigos habitantes na região do rio. Muitas ilhas pequenas, em tempos normais, são acessíveis ao subir o rio. É onde as garças fazem ninhos.

Os mais interessados visitam também Piranhas, cidade próxima, que está na lista do Patrimônio da Unesco, pela arquitetura preservada do passado e pela vista especial. Xingó é de grande beleza e quem parte de Sergipe pode viajar em escuna ou catamarã, seguindo o velho Chico. O ponto de partida é Canindé, distante 200 quilômetros de Aracaju. Bastam 30 minutos de navegação para alcançar ao canyon de Xingó.

Pequenos barcos levam até o centro do canyon, onde grandes embarcações não conseguem passar. Da capital até Canindé são 3 horas de viagem. A melhor opção é pernoitar na cidade e deixar para o dia seguinte a visita a Piranhas, onde Lampião e os cangaceiros costumavam fazer acampamento.



http://www.bemparana.com.br/noticia/372867/descubra-o-brasil-que-poucos-conhecem
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