Ibama condena exploração de gás no MA

Estado do Maranhão - 08/12/2006
SÃO LUÍS - O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) encaminhou ofício à Agência Nacional de Petróleo (ANP), com base em laudo técnico, reafirmando recomendação anterior de não autorizar a reativação de três campos terrestres de petróleo e gás localizados na Bacia de Barreirinhas, por entender que a atividade pode gerar forte impacto ambiental no Parque Nacional do Lençóis.

Segundo explicou o chefe do Parque, Júlio César de Souza Andrade, a restrição de reativação é total aos campos de Oeste de Canoas e de Espigão, áreas que foram arrematadas em leilão realizado no fim de junho, pelo consórcio Engepet/Perícia e Panergy, respectivamente.

"Estas áreas estão dentro da zona de amortecimento, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade de conservação", informou Júlio César.

Em relação à área de São João, Júlio César explicou que, por se encontrar parcialmente dentro da zona de amortecimento, há a possibilidade de reativação desse campo. No entanto, está propenso a passar por todo o processo de licenciamento ambiental para a sua reativação. O campo foi arrematado por R$ 4,2 milhões pela empresa Rio Proerg Engenharia Ltda.

O chefe do Parque Nacional dos Lençóis observou que é necessário se discutir que atividade deve ser explorada na região, se a petrolífera ou o fortalecimento do turismo de base ecológica, que está gerando receita de R$ 20 milhões ao ano.
O diretor comercial da Engepet, Cléber Bahia Silva Júnior, disse que, apesar da recomendação contrária do Ibama, a empresa continuará negociando com o órgão ambiental a liberação do campo de Oeste de Canoas, visando a reativação dos poços com reservas de gás natural.

"Na próxima semana, deveremos nos reunir com a direção do Ibama em São Luís, com o objetivo de fornecer dados mais detalhados sobre o nosso projeto de exploração de gás natural no campo de Oeste de Canoas e a tecnologia a ser usada paras evitar riscos ambientais para a região", adiantou Cléber Silva.

"É importante ressaltar que, ao contrário do que se acredita, a atividade de produção de petróleo e, principalmente, a de gás natural, são muito menos agressivas ao meio ambiente que a simples agricultura, que, para o seu desenvolvimento, requer a redução da diversidade da flora original. A atividade de produção de petróleo e gás natural interfere em áreas muito reduzidas, apenas cerca de 2.500 m² por poço", garantiu.

Quanto à assinatura do contrato de concessão para a exploração do campo, cujo prazo expirou dia 4 passado, o diretor da Engepet informou que conseguiu da ANP a prorrogação, sem data limite, até que seja sanado o problema da liberação da área por parte do Ibama.




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