R$ 11,4 milhões para três parques nacionais

CB, Brasil, p. 12 - 15/10/2008
R$ 11,4 milhões para três parques nacionais
Empresário multado em R$ 29 milhões por crimes ambientais doa quantia para Fernando de Noronha, Lençóis Maranhenses e Pantanal

Leonel Rocha
Da equipe do Correio

Depois de acumular pouco mais de R$ 29 milhões em multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em razão de supostos crimes ambientais em vários empreendimentos, o grupo EBX assinou ontem três convênios com o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para destinar R$ 11,4 milhões à conservação ambiental de três parques nacionais: Fernando de Noronha, em Pernambuco; Lencóis Maranhenses; e Pantanal Matogrossense, em Mato Grosso do Sul.

Dirigido pelo empresário Eike Batista, considerado o maior minerador brasileiro, o grupo EBX vai dividir os recursos em investimentos para reconstruir ou implantar a infra-estrutura desses parques e em manutenção durante os próximos 10 anos. Fernando de Noronha receberá R$ 4,7 milhões. Desse total, R$ 1,7 milhão serão investidos na infra-estrutura do parque. Outros R$ 300 mil anuais serão alocados para a manutenção das instalações por uma década. O parque dos Lençóis Maranhenses deverá receber R$ 4,2 milhões no total, divididos em R$ 1,8 milhão para as instalações e R$ 240 mil anuais para o custeio. O Instituto do

Homem Pantaneiro receberá R$ 500 mil anualmente, por cinco anos, destinados à conservação ambiental da área e à execução do plano de manejo do local.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, comemorou as doações e alertou que essa atitude não servirá para compensar as multas ou amainar a fiscalização sobre o Grupo EBX, que faz parte da lista dos maiores devastadores de florestas do país por utilizar carvão vegetal de origem duvidosa em suas siderúrgicas. "Essas doações não signifcam afrouxamento dos padrões de fiscalização de todos os empreendimentos", avisou Minc.

Ameaça
Presente ao ato, o empresário Eike Batista ameaçou ontem fechar a Siderúrgica de Corumbá. Acusado de comprar carvão de desmatadores da Amazônia, Batista alegou que a unidade é uma parte pequena de todo o seu conglomerado industrial, mas traz muitos problemas ambientais. Ele negou que a EBX tenha comprado carvão vegetal ilegal e afirmou que a companhia está questionando todas as multas aplicadas pelo Ibama na Justiça. "Estou muito tranqüilo. Acho que cometeram um erro grave no meu caso. E, se cometemos um erro em uma de nossa operações, o caso tem que ser julgado", comentou Eike. Minutos depois, disse que que a decisão ainda não tinha sido tomada. Classificou como "uma possibilidade".

CB, 15/10/2008, Brasil, p. 12
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