Serra dos Órgãos monitora poluentes no ar

ICMBio - http://www.icmbio.gov.br/ - 27/07/2015
Impactos ambientais poderão ser identificados


Uma estação móvel de qualidade do ar, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), passou a operar no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ), neste mês. A estação, que deve ficar instalada na Unidade de Conservação (UC) por um ano, monitora continuamente todos os poluentes legislados - dióxido de enxofre (SO²), monóxido de carbono (CO), monóxido de nitrogênio (NO), ozônio (O³), hidrocarbonetos e material particulado -, além de parâmetros meteorológicos, como temperatura, umidade e pluviosidade.

A instalação atende a uma reivindicação de pesquisadores que atuam na UC e dos conselhos do Parque e do Mosaico da Mata Atlântica Central, preocupados com os potenciais impactos ambientais gerados pelo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), como chuva ácida e danos ao aparelho fotossintético da vegetação. Os pesquisadores chamam atenção para a necessidade de monitorar a qualidade do ar antes do início da operação do complexo petroquímico.

O professor Rodrigo Meire, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que há anos pesquisa a deposição de poluentes em Parques Nacionais, explica que "além dos poluentes atmosféricos tradicionais, nossas pesquisas indicam um acúmulo elevado de poluentes sintéticos persistentes, produzidos pelo homem, no topo das montanhas. Na Serra dos Órgãos, obtivemos concentrações particularmente altas, que podem estar relacionadas ao alto índice pluviométrico local, ao regime de ventos e à localização do Parque, inserido numa matriz urbana, industrial e agrícola, cada qual produzindo seus poluentes."

Para a analista ambiental Cecilia Cronemberger, responsável pelo Setor de Pesquisa do Parque, "a instalação da estação móvel do Inea é uma conquista importante porque, além de gerar dados úteis para o monitoramento ambiental e para pesquisas científicas, é resultado da mobilização da comunidade acadêmica e da sociedade civil por meio dos conselhos do Parque e do mosaico".

No entanto, segundo Cecilia, "como a estação monitora apenas alguns poluentes, para os quais a legislação estabelece limites, e como os poluentes têm origens diversas, é preciso estimular pesquisas mais específicas para entender os efeitos da poluição sobre a biota e a provável origem dos mesmos". Nesse sentido, outras iniciativas monitoram diferentes poluentes na área do Parque Nacional, como os projetos do Laboratório de Radioisótopos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e do Departamento de Geoquímica, da Universidade Federal Fluminense, além do programa de qualidade ambiental da BR-116, que corta o Parque, operado pela Concessionária Rio-Teresópolis.

Os dados gerados pela estação móvel do Inea serão compartilhados com o Grupo de Trabalho sobre poluição atmosférica, composto por pesquisadores e gestores do Parque Nacional e de outras UCs do Mosaico. Eles também serão usados para gerar um índice diário de qualidade do ar, que pode ser consultado em http://bit.ly/1KkqDsX.



http://www.icmbio.gov.br/portal/comunicacao/noticias/4-destaques/6908-serra-dos-orgaos-monitora-poluentes-no-ar.html
Poluição:Ar

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